Um raio-x da coleta seletiva em Jaú mostra que a cidade poderia recolher o dobro de recicláveis do que realiza atualmente. O levantamento inédito foi realizado pela secretaria municipal de Meio Ambiente (SEMEIA) e aponta que o município poderia economizar quase R$2 milhões ao ano com a destinação de lixo para aterro particular.
Em média, Jaú produz 34,8 mil toneladas de resíduos sólidos ao ano, sendo que somente 4,4 mil toneladas são separadas para reciclagem. Esse número representa 12,7% do total produzido, mas o estudo técnico aponta que o índice poderia ser de até 25%.
Há mais de uma década, a cidade não possui mais um lixão. A antiga área, entre Jaú e Dois Córregos, tem autorização legal para funcionar apenas como espaço para transbordo. Dessa forma, a Prefeitura paga para que uma empresa leve os materiais até um aterro particular, ao custo de R$229 por tonelada – ou seja, um valor anual de quase R$8 milhões.
Economia
Uma ampliação da coleta seletiva poderia trazer, além de benefícios ambientais, geração de renda para coletores e economia de recursos ao município. Atualmente, os recicláveis retirados do lixo evitam um gasto de R$1 milhão ao ano com o transbordo para aterro particular. Se todo o material reciclável fosse recolhido, esse valor seria dobrado.
Coleta pública é ínfima
Das 4,4 mil toneladas de recicláveis separados ao ano em Jaú, apenas 240 toneladas são coletadas pela Associação Recicla Jaú, que mantém parceria com a Prefeitura. Isso significa que a coleta pública não representa nem 6% do total. A imensa maior parte do trabalho é feito por 10 empresas privadas e 31 coletores individuais.
De acordo com a secretaria de Meio Ambiente, essa coleta pública está disponível em 50% da cidade, mas fica evidente que são necessárias alterações para que os resultados sejam mais expressivos. O estudo apresentado tem como objetivo fomentar a coleta seletiva e o cumprimento de metas dentro do Programa Município VerdeAzul.
Novas ações
Na última semana, começaram a ser realizadas reuniões públicas, organizadas pela SEMEIA, para apresentar esse diagnóstico e discutir ações que possam ser desenvolvidas para ampliar os números da coleta seletiva. O secretário Amilcar Marcel de Souza, o Cecéu, também informa que elaborou um Plano de Gestão Ambiental, com o trabalho que deve ser colocado em prática até 2024. “São ações para pensar a cidade a curto prazo e por um período de até 15 anos”, explica.