O Icon of the Seas, apelidado de “Novo Titanic” da Royal Caribbean International, sem qualquer sombra de dúvida será um titã do mar quando começar a navegar pelo mundo a partir do próximo ano.
Com 365 metros de comprimento, pesará mais de 250 mil toneladas, ou seja, 5,4 vezes mais pesado que o Titanic, com capacidade para acomodar 5.610 passageiros confortavelmente e 2.350 tripulantes. Mas o que isso tem haver com o Santos Futebol Clube?
Uma coincidência bizarra. O Santos nasceu no dia 14 de Abril de 1912. Na mesma data o Titanic, até então o maior navio já construído pelo homem, considerado “inafundável”, foi a pique depois de colidir com um iceberg na sua viagem inaugural, dormindo para sempre nas profundezas do Atlântico Norte, levando consigo 1514 almas das 2200 que estavam a bordo.
O “renascimento” do Titanic e o rebaixamento inédito do Santos, é uma piada do destino ou só uma estranha coincidência?
O naufrágio do futebol santista, condenando o Peixe a série B também arrastou seus quase 6 milhões de torcedores para um futuro desconhecido.
Os anos dourados de Pelé que fizeram do Santos um titã do futebol mundial ficaram no passado. A força do rei do futebol e sua identificação onipresente com a camisa do clube sempre foi o farol que manteve e ainda mantém a chama de uma história gloriosa, mesmo depois de sua morte.
A chama não se apagou, mas a morte de Pelé estremeceu as bases que sustentavam o Clube. O maior ídolo de sua história, ícone mundial, atleta do século deixou um vazio imenso. Tão grande que um time quase imbatível em seus domínios, passou a sofrer duros reveses no Urbano Caldeira, estádio de Vila Belmiro.
Pelé não podia ajudar mais como já o fizera diversas vezes em momentos críticos do clube. As inúmeras e sucessivas más administrações colapsaram a saúde financeira do clube e evidentemente que isso acabaria respingando no campo. O Santos caiu de joelhos, mesmo amparado por uma torcida apaixonada que lutou até a última gota de esperança. Mas já era tarde. O destino estava selado e o rebaixamento seria o último ato de uma tragédia anunciada. Muito anunciada!
Foram diversos avisos, inclusive nos campeonatos regionais. O Santos flertava com as últimas posições constantemente, trocava de técnicos como se fossem peças descartáveis do vestuário. Não havia planejamento, coerência e nem continuidade dos profissionais. Nessa situação caótica, o futebol ficou insustentável e a queda era questão de tempo.
O que é revoltante, anote aqui mais uma coincidência com o velho Titanic, é que em ambos os casos, sempre houve tempo para evitar a tragédia. Os avisos necessários foram dados. Mas a soberba e o ego dos que comandavam o barco não tiveram humildade para perceber que o perigo era real.
Mas santistas do mundo inteiro fiquem calmos! A humildade também se aplica a tidos nós que somos torcedores. Precisamos reconhecer as nossas falhas e aprender todas as lições para dar a volta por cima.
Lembrem-se que não há desespero que suporte a luz indomada da juventude. O Santos derrama com generosidade, sobre os campos do mundo, meninos com pés de ouro. Precisamos aproveitar melhor o que temos de mais valioso. Com gente qualificada, com olhos preparados para identificar novas joias, diamantes e raios no futebol.
O Santos voltará mais forte, vai ressurgir como o “novo Titanic” tão gigante que esse momento difícil será um alfinete perdido num canto empoeirado da história.