Hoje é um dia marcante para mim, uma ocasião dedicada à lembrança do aniversário do meu avô, Emílio Arradi, que completaria 104 anos. É um dia em que me encontrei imerso em reflexões sobre as experiências que compartilhei com ele, ao som da música “Dinossauros” da banda Dingo, que ecoava no carro.
Meu avô tinha o hábito de repetir uma frase que ressoa em minha mente até os dias de hoje:
“Grandes ideias pertencem a grandes idiotas.”
Essa filosofia simples, porém profundamente sábia, era sua maneira de nos incentivar a abraçar nossas ideias aparentemente tolas e idealistas. Ele acreditava que, frequentemente, é nessas ideias que encontramos as sementes da inovação e da mudança.
A música “Dinossauros” evoca emoções semelhantes. Ao ouvir os versos que descrevem a sensação de ser como um dinossauro, avistando algo iluminado no espaço sideral, somos transportados para um tempo em que a imaginação não tinha limites, e a crença na nossa singularidade era inabalável. Contudo, ao longo da jornada, essa inocência é gradualmente corroída pelos problemas tangíveis do cotidiano.
Conforme a música sugere, chega um momento em que nos sentimos “extintos” em relação àquele estado de pureza e idealismo. A vida nos apresenta desafios, responsabilidades e, muitas vezes, a dura realidade que parece sufocar as chamas dos sonhos mais inocentes.
Meu avô testemunhou tempos de mudança acelerada e desafios monumentais. Sua crença na importância de inovar e manter viva a chama da esperança ressoa nas palavras da música. Ambos nos recordam que, para resistir à tentação de permitir que os problemas reais nos impeçam de sonhar, é fundamental preservar a pureza das ideias.
Assim como os dinossauros observavam algo iluminado no espaço sideral e os astronautas prometiam imagens para aqueles que aguardavam, somos convidados a revisitarmos nossas próprias aspirações. Embora a jornada de desencanto seja inegável, a verdadeira essência reside em nossa capacidade de manter viva a chama da imaginação e viver com propósito.
“Seu” Emílio, com suas palavras sábias, e a música “Dinossauros”, com suas metáforas ricas, atuam como lembretes poderosos. Eles nos instigam a, mesmo diante dos problemas reais, preservar a pureza das ideias, abraçar a tolice dos sonhos e permitir que a inocência ocasionalmente guie nossa jornada. Talvez, assim como os dinossauros, possamos deixar nossa marca, não como poeira espacial, mas como criadores de algo verdadeiramente notável.