As tendências de Marketing não serão, nunca mais, desvinculadas ao avanço da IA e das tecnologias.
Setembro costuma ser um mês decisivo para o mercado: preparativos para o último trimestre, ajustes de estratégia, novas ferramentas entrando em cena, foi assim também em 2025.
Trouxe aqui as tendências mais relevantes e as novidades que já estão moldando o fim do ano, com foco em inovação, conteúdo, IA e mudanças de paradigma.
Orçamento publicitário sob pressão e migração para digital
O IAB revisou sua projeção de crescimento para o mercado publicitário dos EUA, reduzindo de 7,3% para 5,7% para 2025, motivado por preocupações econômicas e tarifas.

Apesar disso, canais digitais como social media, retail media e CTV (Connected TV) seguem como os mais promissores, com previsão de crescimento entre 11% e 14% nessa nova configuração. (TV Tech)
Essa migração reforça uma das grandes tendências: orçamentos devem continuar migrando para onde campanhas são mensuráveis e estratégicas.
Disney vs. Character.AI: disputa de propriedade intelectual e IA
No início de setembro, a Disney enviou notificações de cease-and-desist para a plataforma Character.AI por uso não autorizado de personagens em contextos ambiguamente gerados por IA. A medida é parte de uma tendência crescente de marcas reforçando sua proteção de IP frente ao uso indiscriminado de modelos generativos.
Além disso, o mesmo boletim informou que a OpenAI lançou um app social de vídeo baseado no motor Sora 2, com política opt-out para conteúdo protegido por direitos autorais, um movimento ousado na fronteira entre inovação e regulação.
Esse tipo de conflito está se tornando um tema central: como as marcas vão reagir à apropriação de seu legado digital por IA?
HubSpot lança “The Loop” para comunicação orientada por IA

No evento HubSpot Inbound 2025, foram reveladas mais de 200 atualizações centradas em IA e integração de dados, além do conceito “The Loop”, um framework que reforça que a IA deve servir ao marketing e à comunicação, e não substituí-los.
Com isso, reforça-se também uma tendência clara: softwares e plataformas de marketing cada vez mais “AI-first”, exigindo que profissionais se adaptem ao novo paradigma.
Google “Preferred Sources”, TikTok cresce com Search Ads
Em setembro, o Google começou a testar a função “Preferred Sources”, permitindo que usuários escolham fontes preferidas para aparecerem nos resultados. Isso pode alterar substancialmente como o SEO funciona, com impacto para marcas que dependem de tráfego orgânico.
No TikTok, a plataforma ampliou sua atuação no mercado de anúncios de busca (Search Ads), sinalizando que o app quer ser mais que entretenimento: quer ser parte ativa do funil de descoberta.
Esses movimentos indicam como a “descoberta de marca” está migrando: menos cliques em links, mais presença em contextos conversacionais e integrados.
Influenciadores de IA: testes de publicidade automatizada
Marcas começaram a experimentar influenciadores completamente gerados por IA. Um exemplo é a Vodafone, que usou um influenciador gerado por IA para testar estilos publicitários diferentes.
Entretanto, pesquisas mostram ceticismo forte: apenas 23% dos adultos disseram estar dispostos a consumir conteúdo de influenciadores artificialmente criados, enquanto 45% afirmaram que não confiariam.
Essa dualidade revela que, embora a tecnologia esteja pronta, o consumidor ainda exige transparência e ressonância humana.
Personalização com IA e social commerce em ascensão
Segundo o portal WebsiteMarketing, a personalização baseada em IA já é mainstream. Marcas que adotam previsibilidade de mensagens, recomendações contextuais e jornadas adaptativas estão alcançando taxas de engajamento muito mais altas, como 35–50% em taxas de abertura de e‑mail. (Website Marketing Company)
Outro ponto é o crescimento do social commerce: compras completas dentro de redes sociais deixam de ser experimentos pontuais e já se consolidam como caminho estratégico para varejistas e marcas de produto em 2025.
Assim, as plataformas sociais deixam de ser apenas tela de presença e viram canais de conversão efetiva.
Inovações em mídia paga e formatos de anúncio
Alguns movimentos interessantes em setembro:
- Meta anunciou no Reino Unido uma versão ad-free paga para usuários de Facebook e Instagram, o que cria uma bifurcação de audiência entre usuários gratuitos (com anúncios) e assinantes que pagam para remover anúncios.
- Google Ads liberou relatórios mais refinados para o modo AI Max, incluindo métricas sobre correspondência ampliada gerada pela IA e tráfego de páginas de destino relacionadas.
- Microsoft Ads lançou “Supplemental Feeds” para atualização mais rápida de produtos, aprimorando a dinâmica de campanhas de e‑commerce.
Essas mudanças posicionam os formatos de anúncio para trabalhar mais com criatividade, dados e automação — menos microsegmentação e mais orquestração integrada.
Avanços acadêmicos que antecipam o panorama futuro
Do ponto de vista teórico e de pesquisa, há dois trabalhos relevantes de agosto (mas que ganham corpo e aplicação em setembro):
- O framework RAMP combina reflexão, memória e planejamento para criar sistemas multiagentes mais confiáveis na curadoria de audiência em marketing, aumentando a precisão em cerca de 28 pontos percentuais.
- O estudo “Agentic Personalisation” demonstra como modelos autônomos podem orquestrar personalização cross-channel, otimizando comunicação modular e adaptativa, já implantado para mais de 150 milhões de usuários.
Essas pesquisas consolidam uma das tendências mais fortes: o uso da IA não apenas para executar táticas, mas como núcleo estratégico do marketing omnicanal.
Setembro de 2025 reafirmou que estamos em um ponto de inflexão no marketing, comunicação e tecnologia. As tendências destacadas, da disputa de IP com IA, passando pela revolução do SEO e anúncios, até o avanço de agentes inteligentes e personalização extrema, indicam que 2026 será um ano de consolidação desses paradigmas.