Hoje comemora-se o Dia Internacional da Doação de Livros. Uma mobilização mundial com o objetivo de estimular a leitura.
E para celebrar esse dia o Blog traz mais uma edição do Jogo Rápido Escritores de Jahu com João Castro e Marilia Grassi.
JOÃO CASTRO
Quando começou a vontade de escrever?
Vontade de escrever vem desde a adolescência, quando li meu primeiro livro, porém quando fui fazer estágio pela faculdade de turismo, fui colocado no museu municipal e lá abrigava a biblioteca, gostava de pegar os livros e ficar admirando os nomes dos autores. Achava que quem escrevia eram pessoas inteligentes e admiradas.
Quais são suas maiores influências?
Sempre gostei de autores como Paulo Coelho, devido ao misticismo e das músicas com Raul Seixas. Mas depois fui me aprofundando na literatura e hoje tenho Nietzsche, Platão e Saramago.
Breve histórico da sua carreira:
Sou bacharel em turismo desde 2007, possuo Licenciatura em Filosofia pela faculdade Claretiano, fui estagiário, contratado e depois chefe de turismo pela secretaria de cultura e turismo de Jaú, diretor interino do museu municipal.
Fui coordenador do Grupo de Estudos de Filosofia de Jahu (2010 a 2015). Sou Ex-Professor de filosofia e sociologia pelo Estado de SP, escritor, palestrante e Filósofo.
Primeiro livro que leu:
O alquimista – Paulo Coelho
Primeiro texto que escreveu:
O primeiro texto que escrevi já um pouco mais maduro para literatura foi em 2011 chamado “Somos imortais” fazendo referência a todo registro que deixamos pela vida, desde assinaturas, fotos, etc. Texto foi publicado pelo jornal Bom Dia.
Escritor do Mundo: Dan Brown, autor do Código da Vinci
Escritor do Brasil: Mario Sergio Cortella
Escritor de Jaú: Não sei se é de Jaú mais gosto do jeito que Ricardo Dal’ Bo escreve. Também do Dirceu Barbosa.
Livro do Mundo: O príncipe – Maquiavel
Livro do Brasil: Felicidade Foi-se Embora?
Frei Beto / Leonardo Boff / Mario Sergio Cortella
Livro de Jaú: José Raphael Toscano. 100 anos de arte e fé
Como o nosso país, estado, cidade trata a literatura:
Nos últimos anos houve pouco incentivo para a cultura de uma forma geral. Obviamente que para a literatura ficou ainda mais difícil o acesso, pois os livros são caros e poucas pessoas tem hábito de leitura. Há feiras literárias a nível regional e municipal, mas pouco incentivo para os expositores e pouca divulgação. Deveriam investir mais em cultura literária. Tem um ditado árabe que diz que o leitor não rouba e que ladrão não lê. Acredito cada vez mais nesse ditado. Literatura deixa o povo mais ético.
A literatura para você é:
A literatura é muito especial, lendo você consegue falar melhor, ter o raciocínio mais rápido, pensar criticamente e pode ainda se colocar na história através da imaginação. Ler é fundamental.
MARILIA GRASSI
Quando começou a vontade de escrever?
Eu não sabia exatamente qual profissão eu iria escolher, mas quando me perguntavam, dizia: eu só sei que quero ser escritora. Sempre imaginei que meu primeiro livro seria de ficção. Escrevi meu primeiro poema aos seis anos de idade, quando estava esperando minha mãe finalizar o trabalho na escola onde lecionava e talvez ali já estaria a pista, a epifania do que seria minha carreira: educação e literatura.
O teatro veio mais tarde, mas como um combustor de todo o caminho trilhado: foi ali que me encontrei enquanto ser humano, onde a Hilda me foi apresentada, onde me debrucei na graduação de Estudos Literários, onde vi a força motriz nos movimentos dos meus alunos, em uma aula de literatura!
Quais são suas maiores influências?
Bom, a começar pela escolha do meu nome, Marília, inspirado pelo livro favorito do meu pai, que era Marília de Dirceu. Além disso, minha família é composta, desde onde eu me lembro, por mulheres ativas nas letras, na educação e nas artes, então cresci tomando café com a minha vó recitando poemas, que para mim, eram histórias de sua vida. Vi minha mãe acordar cedo todos os dias e trabalhar incessantemente aos fins de semana para ser a melhor para seus alunos e prometi que não queria essa vida de sacrifícios. Que inocência! Diante de um bloco genético do matriarcado, como eu poderia sair ilesa? Como eu poderia ser calada? Como poderia silenciar diante de tamanho assunto?
Ademais, academicamente e na escrita, sou inspirada por uma literatura subjetiva, regida pelos sentimentos e pela visão dos personagens, assim autores como Ibsen, Lispector e Hilda Hilst me encantam! Além disso, as obras com denúncias sociais evidentes, como Plínio Marcos, Carolina Maria de Jesus, Racionais, com certeza mudaram minha maneira de olhar a vida e têm tirado fôlego, suspiro diante de retratos tão fiéis desse mundo.
Breve histórico da sua carreira:
Mestranda em Linguística Aplicada pela UNICAMP, Bacharel em Estudos Literários pela UNICAMP, estudei seis meses Línguas e Literaturas na Universidade de Évora, Portugal; licenciada em Letras também pela UNICAMP.
Publiquei meu primeiro livro, O teatro de Hilda Hilst na sala de aula, ano passado (2022) e uma informação inédita: vou publicar esse ano mais um, infantil.
Primeiro livro que leu: 101 Dálmatas
Primeiro texto que escreveu: Um poema sobre o natal, aos seis anos de idade.
Escritor do Mundo: Chimamanda AdzNgozi Adichie; Ibsen; Mia Couto.
Escritor do Brasil: Carolina Maria de Jesus; Maria Firmina dos Reis; Clarice Lispector; Oswald de Andrade
Escritor de Jaú: Hilda Hilst.
Livro do Mundo e do Brasil: “O pato selvagem”- Ibsen
“Quarto de despejo”- Carolina Maria de Jesus
Livro de Jaú: “Júbilo, memória e noviciado da paixão”- Hilda Hilst
Como o nosso país, estado, cidade trata a literatura:
Acredito que devemos pensar em que tipo de literatura estamos falando: o que é considerado cultura ou não, quem está representado ou está à margem.
Há um discurso sobre a diminuição na quantidade de leitores, mas a questão é que temos novos gêneros textuais, discursivos em circulação, os quais também merecem destaque e lugares de prestígio, de estudo ou de atenção, ao menos; os quais também estão sendo lidos, ouvidos e criados socialmente…
Precisa-se pensar qual (is) os novos tipos de leitura que emergiram, preocupação que ocorre com raridade pela grande maioria das pessoas, incluindo cidade, estado e país; presas a um modo canônico, a um tipo de personagem. Logicamente que vale salientar o crescimento sobre os espaços de discussão sobre essas questões, mas ainda há uma grande caminhada a se refletir e vários grupos para se trazer ao holofote das narrativas.
A literatura para você é:
Um óculos para enxergar as mazelas, indagações e sensações sociais/individuais.