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Cine Denadai

Comida e Cinema

Filmes e culinária em harmonia: confira dicas de cinema com temática gastronômica e prepare-se para uma maratona deliciosa.
Comida e Cinema

Acho que foi nos tempos de pandemia que comecei a me arriscar na cozinha. Fazia um prato ou outro. Acabava saindo bom, pelo menos para mim.

Tenho pouquíssima referência de sabor para dizer se o que eu cozinhei ficou bom ou ruim. Mas peguei gosto e fui me aventurando cada vez mais na cozinha. E um bom filme e uma boa comida tem lá suas relações.

O chef é o diretor, os ingredientes são os atores e atrizes, o roteiro é a ocasião que envolve a preparação do prato, a apresentação visual da comida é a fotografia e por aí vai. Isso acabou de sair da minha cabeça. Nem sei se faz sentido. Mas o que sei é que comer bem e assistir bons filmes é muito bom.

E por que não juntar os dois? Filmes com temática de culinária são bem comuns e aqui vão algumas dicas de filmes, porque ainda entendo mais disso do que de comida.

Imaginem um episódio de Master Chef na tela do cinema? No belíssimo filme francês “O Sabor da Vida” parece que estamos assistindo ao reality, já que há um chefe ensinando uma pequena entusiasta da arte de cozinhar, mas não é só isso. O filme não fala só sobre a paixão de cozinhar, mas também sobre cozinhar para quem você ama. É um belo romance sobre a relação de um chefe e sua fiel escudeira na cozinha. Dessa relação surgiu algo maior.

A culinária é pano de fundo para o início e os desdobramentos de uma paixão. Sobre os pratos que vemos sendo preparados pelas mãos do casal, tudo parece suculento e convidativo para ser apreciado. Sou bem enjoado para comer, mas até os legumes e comidas que não consegui identificar o que seria, me pareceram saborosos. Todo o preparo é meticulosamente filmado e o silêncio que envolve as cenas na cozinha faz com que prestemos ainda mais atenção nos detalhes do que está sendo feito. Juntar cinema francês e culinária francesa não poderia ter outro resultado. Um filme que é uma declaração de amor ao ato de cozinhar.

Um dos melhores filmes que vi nesse ano de 2024 e protagonizado por Juliete Binoche, uma das minhas atrizes preferidas!

Disponível em: Amazon Prime.

Cada profissão tem seus problemas, pressão e dificuldades. Isso não é novidade para quem precisa trabalhar.

É não é por que você faz o que ama que você não encontrará percalços em sua vida profissional, até por que, estamos falando de trabalho. Por exemplo, um chef de cozinha deve adorar cozinhar para ele e para os outros, mas ser chef não é só cozinhar e é isso que podemos conferir no ótimo filme britânico “O Chef”.

O filme se passa numa noite movimentada em um restaurante chique, que já começa com o baque de ver suas qualidades questionadas ao ter suas 5 estrelas serem reduzidas para 3. A câmera não para. Parece não haver cortes de edição durante a projeção. As imagens saem da cozinha, passam pelas mesas, pelo bar sempre seguindo alguém. Câmera na mão e inquieta é uma técnica que eu gosto muito. O filme e a história acabam fluindo com mais dinâmica dando um ar bem mais satisfatório para o que estamos vendo.

Voltando para os encargos do chef, além de cozinhar para gente chique e chata, cheias de vaidades, influencers que estão ali pelo status e críticos gastronômicos o cara ainda precisa lidar com funcionários dos mais variados tipos. Tem o que quer aumento, o inexperiente, o com problemas pessoais que afetam o rendimento profissional, o vagabundo e tantos outros. Sim, nosso querido chef nesse filme, passa por tudo isso numa noite só.

A cara de exaustão do nosso protagonista, interpretado por Stephen Graham (que pode ser visto na minissérie “Adolescência” da Netflix, mas que também está no absurdamente ótimo “Snatch – Porcos e Diamantes”), é vista desde o primeiro segundo em que ele aparece em cena.

Até por que, ele também tem seus problemas fora do restaurante e eles insistem em aparecer na sua rotina profissional. Ótima pedida, mas que nesse momento que vos escrevo, não está disponível em nenhum lugar.

Vi ele no streaming “Filmelier+” quando ele estava disponível por 7 dias grátis na Amazon Prime. Se for assim, compensa assinar e logo cancelar a assinatura. O streaming é bem ruim. Tipo uma lasanha de berinjela…credo.

Em uma época em que a entrega de comida não era digitalizada como hoje, provavelmente deveria ter mais erros na entrega de encomendas de comida. Imagina isso no caos da Índia cheia de pessoas, carros e meios de transporte únicos. E em um desses equívocos na entrega, o acaso coloca um viúvo, que pedia almoço em um restaurante perto de seu trabalho, com uma jovem esposa infeliz em seu casamento com ótimos dotes culinários. Em “A Lancheira”, vemos um mundo bem diferente do que vivemos hoje. Longe do auge das entregas por aplicativos, a maneira como os protagonistas se comunicam também é pouco usual, sendo através de bilhetes na marmita, ou lancheira (eis o significado do título), que eles se conhecem e acabam se interessando um pelo outro.

Obviamente que nem preciso dizer que o fato dá mulher fazer uma comida maravilhosa a aproxima do viúvo. Comida é cultura e até no modo de se comer percebemos traços típico dos costumes dos países. Na Índia é muito comum, por questões culturais e religiosas, que se use a mão direita para se comer.

Sem talher. “A Lancheira” é um filme que vale muito a pena ser visto. Simples e gostoso, como uma boa comida.

Disponível em: Reserva Imovision.

Se para fazer um bom filme ingredientes como direção e roteiros são primordiais, há alguns temperos que aumentam ainda mais essa qualidade. E a trilha sonora e o carisma são dois desses algo a mais que um filme pode acrescentar. E no filme americano “Chef” isso é o que não falta. As canções latinas, mais especificamente cubanas (inclusive já joguei várias delas na minha playlist chamada “samba”, que tem mais de 800 músicas e vai de Sidney Magal a Rage Against The Machine), dão um ar que alegria constante ao filme.

Somada ao carisma das atuações de John Leguizamo e do protagonista e diretor Jon Favreau. Tudo funciona e tudo se encaixa. A história, para passar rapidamente é de um renomado chef, sem a mínima intimidade com a internet que se dá mal com um crítico gastronômico e passa vender comida cubana em um trailer. É mais ou menos isso e há muita coisa rolando além desse foco principal do roteiro.

O filme também conta com participações de Dustin Hoffman e Robert Downey Jr. (que foi dirigido por Favreau nos dois primeiros “Homem de Ferro”) além de duas cerejas no bolo, já que é impossível algo que tenha Sofía Vergara e Scarlett Johansson dar errado. Eu já falei que Scarlett e eu nascemos no mesmo dia, mês e ano? Pois é. Ela pode até não saber, mas há uma conexão entre nós. Pois bem, voltando a obra, apreciem como uma comida de vó. O filme é uma delícia!

Disponível em: Shock Vídeo Café, acervo próprio e Amazon Prime.

Obviamente que não poderia de indicar aqui um filme nacional. Em “Estômago” temos um aspirante a cozinheiro chamado Raimundo Nonato, recém chegado do Nordeste em São Paulo que se destaca inicialmente fazendo coxinhas. E nada é mais brasileiro que coxinha.

O filme vai se intercalando entre a cozinha de um boteco quase falido, a cozinha de um restaurante italiano e a cozinha improvisada de uma cela de cadeia. Essa dualidade geográfica vai sendo explicada através de um roteiro que entrega tudo no final, mas que já dá para ir sendo construída em nossas mentes. Do romance com uma prostitua aos amigos da cela, onde é apelidado de Alecrim, o filme é engraçado.

Há uma bela explicação de como foi criado o queijo gorgonzola, tem a carga dramática do migrante nordestino e belas atuações de João Miguel, no papel principal, de seu par romântico Íria, vivida pela sempre ótima Fabiula Nascimento e do versátil Babu Santana, sendo o chefe da cela onde Alecrim, ou Raimundo Nonato está preso.

Há uma continuação desse filme lançada em 2024, mas não vi. Dizem que é desnecessária e ruim.

Então, vou passar. Disponível em: TeleCine.

Eu não tenho o costume de comer ao estar assistindo um filme. São duas atividades que gosto de fazer muito e acabo me dedicando bastante a elas para não me distrair igual a Dama e o Vagabundo, nessa cena que provavelmente seja a mais famosa quando falamos em comida e cinema, mesmo o filme não tendo essa temática.

Mas se deu fome ao ler esse texto, coma alguma coisa e assista há um bom filme, não necessariamente nessa ordem.

Boa sessão, boa alimentação e até a próxima

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André Denadai

André é jauense, xvano, palmeirense e apaixonado por cinema e ele escreve periodicamente para o Jauclick.

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