Segundo o grande filósofo Sócrates, não o término da existência, mas uma passagem para um possível encontro com grandes figuras do passado e a continuação de sua busca pelo conhecimento, ou seja, não paramos por aqui, obviamente eu nem ele e nem nós sabemos como é esse além…quer dizer, ele deve saber, pois já foi para lá há um bom tempo, mas acredito que ninguém tenha pressa para saber. E o cinema sempre toca nesse assunto delicado e de diversas maneiras e nem sempre precisa ser em um filme de terror sobre espíritos maldosos ou em comédias de fantasminhas camaradas, mas em dramas sobrenaturais, esportivos e até em thriller repleto de ação. Bora lá então. Já adianto que apesar da foto “Ghost – Do Outro Lado da Vida” não estará na lista, já que nem me lembro se assisti ou não esse filme.
Para começar um filme que tem o mesmo título desse meu texto. “Além da Vida” é um drama dirigido por Clint Eastwood (mais um filme dele) que mostra um personagem americano vivido por Matt Damon que sabe do seu dom para se conectar com o além vida, mas considera isso uma maldição. Sua vida acaba, meio que ao acaso, se cruzando com uma jornalista francesa que teve uma experiência de quase morte naquele trágico tsunami na Ásia (em uma cena inicial muito bem filmada) e de um garoto inglês que acaba de perder um ente querido.
Eu gosto muito desses filmes que mostram histórias aleatórias que acabam se conectando através de um ponto em comum. E nesse caso, o acaso acaba nos entregando histórias simples, corriqueiras carregadas de muita dramaticidade e emoção.
Disponível em: Shock Vídeo Café e acervo próprio.
Voltando mais para o lado sobrenatural do assunto, indico aqui um filme que mesmo eu não goste tanto, foi um sucesso nas locadoras no começo dos anos 2000. Era indicar e ter um cliente satisfeito. Mas mesmo assim quis rever “O Mistério da Libélula”, pois fazia questão desse filme estar nessa lista e como vi há muito tempo, precisava de um pouco mais de repertório para escrever.
O filme mostra um médico, interpretado por Kevin Costner, que acaba de perder a esposa, mas que começa perceber sinais, que mesmo descrente no início, acaba percebendo que sua amada tenta um contato do além querendo mostra algo muito importante. Apesar de não lembrar de quase nada desse filme, ao começar revê-lo, as lembranças começam a pipocar na cabeça diminuindo um pouco da empolgação que as reviravoltas da obra entregam.
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O filme é uma mistura de drama com suspense, meu pé atrás com o filme é que muitas vezes fica difícil sabermos quanto tempo se passou da morte da esposa a outras fatos relevantes do filme, tudo parece ser feito meio que na pressa. O filme poderia facilmente ter seus vinte minutos a mais para desenvolver algumas coisas, já que a história é bem bacana e te prende do começo ao fim. Mas mesmo assim, é um filme que vale a pena ser visto por quem nunca viu, ou revisto por quem não lembra de nada.
Disponível em: Shock Vídeo Café, Amazon Prime e acervo próprio.
Eu assisti esse filme em um momento de perdas da minha vida. Foi logo após o falecimento da minha avó Laura e do meu amigo Robson, que tantas vezes citei aqui e por isso acho que me tocou tanto. “O Vale do Amor” se passa no momento de luta de um ex casal que perdeu o filho há pouco tempo, mas que descobre um carta escrita pelo mesmo com orientações, local, data e hora em que ele apareceria para os dois.
Apesar da descrença inicial, até pelo fato de que isso seria algo que eles não acreditavam que poderia ser uma brincadeira, eles partem para essa viagem recheados de tristezas e esperanças, principalmente pelas diferenças entre eles que só cresceu após a separação e também das acusações que um faz sobre o outro em relação ao filho falecido.
Deixo aqui registrado meu gosto pelo cinema francês e principalmente minha admiração pela atriz Isabelle Huppert, que interpreta a mãe do garoto. Sempre impecável! O pai é vivido pelo conhecido Gérard Depardieu, que também é muito bom ator, mas pesa contra ele vários denúncias de estranhos comportamentos em sets de filmagens.
Disponível em Shock Vídeo Café e Reserva Imovision.
Mas não só de dons e questões sobrenaturais vive o cinema além da vida, nosso próximo exemplo mostra o contato com que já partiu através de um dos mais belos fenômenos físicos que existem, a aurora boreal. Obviamente que jamais conseguiria explicar como e por que esse fenômeno ocorre, mas uma breve pesquisada no google mostrará a beleza que elas têm. E é em duas noites distintas, uma na década de 1990 e outra na década de 1960, que duas pessoas se conectam através de um mesmo rádio amador impulsionado pela aurora boreal.
Difícil de entender? Explico rápido. Um cara com seus 30 e poucos anos consegue conectar com seu pai que faleceu 30 anos atrás, inclusive uma noite antes de ele morrer. Inclusive o rádio amador é o mesmo. E nesse contato o filho salva o pai, mas quem já assistiu filmes de viagem no tempo (eis aí um bom tema para um próximo texto) sabe que o que se altera no passado, interfere no futuro e é por esse rádio que eles tentam resolver os transtornos causados.
Um fato curioso é que o filho salvador é interpretado por Jim Caviezel que tem como papel mais marcante de sua vida, nada mais nada menos que Jesus Cristo em “A Paixão de Cristo”. Ou seja, de ser filho salvador ele entende como poucos! Filme bem legal, repleto de ação e suspense que irá agradar todos.
Disponível em: Shock Vídeo Café e acervo próprio.
Bem, no começo do texto disse que até em dramas esportivos o cinema já tratou do assunto que estamos falando e esse filme é o belo “Campo do Sonhos” e o esporte em questão é o baseball. Esporte que eu gosto muito de assistir. Falando em assistir, já falei algumas vezes que o que resulta nos meus quase 200 filmes ao ano, é que praticamente só assisto filme ou algum esporte e esse praticamente só existe, pois outra coisa que assisto bastante é o famoso programa de tv “Trato Feito”.
E o que ele tem a ver com um filme de baseball que toca no assunto de vida após a morte? É que em um episódio do programa fui apresentado ao craque do baseball Joe “pés descalços” Jackson que tinha esse apelido, pois em um jogo ficou com bolhas no pé e tirou a chuteira quando foi rebater uma bola. Joe jogou em vários times, mas seu nome é lembrado por sua passagem pelo Chicago White Sox, mais precisamente no ano de 1919, quando ao disputar a final do campeonato, houve uma derrota proposital da equipe de Joe, e ele como craque do time, levou toda a culpa.
Voltando ao filme, Kevin Costner (olha ele aí de novo) interpreta um fazendeiro que constantemente sonha com vozes dizendo para que ele construa um campo de baseball em uma área de sua fazenda. Obviamente que todos acham que ele está ficando louco, até por que, essa área é sua fonte de renda e os negócios não andam aquelas coisa. Mas mesmo assim ele segue as vozes em sua cabeça e constrói o campo. Onde está o além da vida nisso tudo aí? Se você assistir esse filme, vai entender fácil fácil onde o tema se enquadra, pois se trata de uma tentativa de limpar a barra de Joe Jackson.
E o filme é ótimo e não precisa gostar de baseball para curtir essa obra!
Disponível em: Shock Vídeo Café e acervo próprio.
Deixei o melhor para o final, e quando digo “melhor” é por que é dos melhores filmes que já indiquei aqui e também fiz questão de rever, já que minhas lembranças do drama japonês “A Partida” eram as ótimas. Em todo o momento o filme retrata um extremo respeito aos mortos, a passagem, a família e ao luto em que estão passando.
A obra é sobre um músico que perde o emprego em uma orquestra em Tóquio e volta para o interior do Japão onde foi criado e começa a trabalhar na preparação de corpos para o enterro. A cerimônia de preparo é sempre o auge do filme. Com movimentos leves e sempre com muita sensibilidade, tudo parece um ballet bem encenado.
Pelo personagem ser músico a trilha sonoro e a falta dela se faz importante no filme também. Nas cenas de preparo do corpo fica evidente o respeito do momento em que estão, não há distração e os olhos de quem está assistindo se fixam na situação. Mais para o final do preparo do corpo é possível ouvir a trilha que traz mais leveza ao que está ocorrendo e até um alívio dos familiares por saber que a passagem do ente querido foi em paz. Ao ver esse filme até pensei em dedicar um texto só para ele, mas achei que ele se encaixava muito nessa temática.
Tem muita coisa para ver e sentir em “A Partida”.
Disponível em: Shock Vídeo Café.
Ao indicar esses filmes percebi uma triste realidade, apesar de todos os filmes estarem acessíveis na Shock Vídeo Café, somente “O Vale do Amor” e O Mistério da Libélula” estão disponíveis em canais de streaming e um dos canais nem é tão popular.
No fim, os filmes em streaming são como espíritos zombeteiros, pois ficam vagando por aí, um dia num lugar e outro dia em outro, alguns até dizem que já os viram, mas a tendência é de ele sumir e acabar sendo esquecido.
Uma pena.
Espero que vejam e gostem dos filmes dessa lista. Até a próxima.