Minha história de vida em Jaú: 45 anos de amor pela cidade
Nasci em Jaú, em 1980, e desde então tive uma vida completamente ligada à cidade.
Desde os primeiros anos, com meu pai sendo membro das principais rádios de Jaú (sim , ele passou pela Jauense e pela Piratininga), estive presente no dia a dia do XV de Jaú. Perdi meu pai cedo! Com 4 anos. Mas a raiz dele aqui na cidade e com o XV vive forte até hoje.
O XV é uma das minhas casas na cidade.
Afinal, fui mascotinho do clube desde os primeiros anos de vida. Meu pai, Valdo Fernando Mantovanelli, foi radialista e atuava como repórter de campo e comentarista dos jogos de futebol.
Minha educação sempre foi aqui: maternal, colégio, colegial e duas faculdades concluídas na cidade. Comunicação Social, envolvendo Publicidade e Jornalismo, e Direito, a minha primeira graduação.
Mesmo quando a chance de sair foi grande, para cursar Jornalismo em outra cidade, uma greve fez com que eu mudasse a rota e optasse por permanecer.
Jaú completa 172 anos e 45 deles eu vivi intensamente.
Tive a aventura de ficar um mês em Florianópolis, mas serviu para ter certeza de que eu queria mesmo era estar aqui.
Empreendendo desde cedo
Comecei cedo. Ainda na faculdade de Direito, me envolvi em projetos ligados à comunicação do curso, como a disponibilização de planos de aula online para a turma, em 1997. Além de ajudar a divulgar todas as festas do Centro Acadêmico 12 de agosto, da Faculdade de Direito de Jaú.

Isso me mostrou a oportunidade de reunir pessoas em um ambiente online. Vieram os fotologs para amigos divulgarem fotos e opiniões. Foi muito legal.
Ali nasceu a JUCEFER (JU, de Juninho, que era nosso redator para assuntos aleatórios, CE de César, esse que vos escreve e FER do Fernando Garro, que era o “Zé festinha”), que depois se tornaria o Jauclick. O Jauclick veio da fusão da JUCEFER com o trabalho do Adal no Jauclicick. Já são 26 anos de site.

O interesse pela comunicação me levou a aprender desde desenvolvimento de sites até entender o que mais gerava interação. Era o publicitário nascendo.
Depois veio a oportunidade de criar minha primeira “agência de publicidade”. Com o movimento das festas universitárias e novas casas noturnas, o Balla me chamou para cuidar da comunicação da Mambo Jambo, Lolla e Dona Beja, entre outras. Nasceu a SpiderWebs com Adal e Gui lá no Centro Empresarial.

A fase da Biomecanica e novos rumos
Me formei em Direito, estagiei e, nesse período de SpiderWebs, ida do Adal para Campinas, Gui passando em concurso, eu tentei continuar de casa… e tava dando tudo muito certo. Balla ia em casa pra gente desenrolar as festas, panfletos, fechar arquivo e mandar pra gráfica.
Pouco tempo depois dessa ida pra casa, fui chamado para o marketing da Biomecanica. Foi uma fase que busquei a segurança da Carteira de Trabalho. Virar CLT pra ficar tranquilão.
Foram oito anos de crescimento profissional, lidando com pessoas do mundo todo e participando de eventos no Brasil e no exterior.
Quando a empresa passou por dificuldades, veio minha dispensa, mas foi na hora certa, pois já estava pensando em sair e montar algo meu.
Usei a rescisão e minhas economias para investir na minha estrutura profissional. Comecei a faculdade de Comunicação (ainda na Bio e já pensando em sair), comprei equipamentos, ocupei o “quartinho” lá no fundo da casa da minha avó e abri a Savoia, com apoio do Zezinho, que me orientou para começar certo. Zézo já era um contador experiente.
Na época, investi até o auxílio-desemprego em equipamentos. Mas faltava uma coisa: fazer com que soubessem que eu estava no mercado. E eu era (e ainda sou) um péssimo vendedor. (Minha paciência as vezes faz com que eu queime a minha língua, mas isso veio sendo trabalhado com muitas terapias e esportes que fazem eu expandir a mente).
Vieram sociedades, novas amizades e parcerias.

Sempre fui autodidata e esforçado, passando madrugadas testando, errando e recomeçando tudo no dia seguinte. Tentativas e erros. Sucesso com fracasso. E fracassos com sucesso.
E com o tempo, aprendi que, muitas vezes, o cliente não sabe exatamente o que precisa. E que é nosso papel provocar e mostrar.
Sociedade, parcerias e propósito
Hoje tenho sócios e acredito muito na máxima de que “juntos somos mais fortes”. Eu não vou ser vendedor. Eu sou o que pega a bucha e fala: tem como fazer, sim!
Sempre dou espaço para crescer e aprender. Ao longo dos anos, recebi propostas que muitos considerariam imperdíveis, mas escolhi continuar com meu próprio negócio, com pessoas que compartilham do mesmo propósito.
Uma das propostas que aceitei foi integrar a diretoria do Caiçara Clube de Jaú. Convite do grande Maurício Tamura Aranha!
Assim como o XV, o Caiçara faz parte da minha vida desde que nasci. Aprendi e pratiquei a maioria dos esportes lá. Comecei a nadar com 4 anos e, depois, representei Jaú nos Jogos Regionais, conquistando medalhas.
O Caiçara me ensinou muito sobre amizade, comportamento e gestão de pessoas. Lidar com mais de 15 mil associados me mostrou de fato como nossa sociedade é diversa, como existe pessoa boa, pessoa neutra e pessoas “terríveis”.
Aprendi muito sobre egoísmo e orgulho. Ego é muito perigoso. Muito.
E curiosamente, estava como Diretor em uma das fases mais duras que a minha geração viveu: a pandemia de COVID-19. Durante a pandemia, enfrentei um período de medo e perdas.
Tudo isso fez parte de um aprendizado que levei para a vida e que ampliou minha visão na comunicação.
Orgulho de ser de Jaú
Hoje tenho orgulho de ser o Cesinha do Jauclick, o Cesar da Only, o Cesar do Caiçara. Tenho orgulho de ter nascido e permanecido em Jaú.
Sempre digo que não é preciso sair para dar certo.
Fomos parar na TV
Na época da Savoia, para quem não sabe, o XV de Jaú foi meu primeiro grande cliente.

E isso abriu algumas portas para mim e para o Hermes, meu sócio à época na Savoia, juntos com o Murilo Tagiarolli, que se formou em comunicação social comigo, se tornou um grande amigo e já era amigo do Hermes também.
Olha, vou te falar que mandamos bem demais e que incomodou muita gente. Na época a gente imaginava, mas hoje sabemos que o programa só não foi adiante porque estava incomodando e porque quiseram explorar demais a gente.

Não sou milionário e nem quero ser. Minha riqueza está nas pequenas conquistas e nos laços criados aqui. Jaú tem problemas, como qualquer cidade, mas também se tornou um polo de empreendedorismo.
Não vai ser a minha geração que vai mudar tudo, mas tenho certeza de que ajudamos a tornar Jaú mais próspera do que há 45 anos.
E nunca vou me acostumar a escrever Jahu com H. Para mim, isso é nome do hidroavião do nosso João Ribeiro de Barros.
O nome da cidade é Jaú. E o Jauclick também é sem H.
Eu amo essa cidade e nunca vou abandoná-la.
Parabéns Jaú pelos 172 anos e obrigado por tanto!
Paz, amor e empatia.