Hoje vamos tentar relembrar shows ditos “grandes” que foram realizados em Jaú nos anos 80. Para o interior de São Paulo, não havia um costume tão grande em ter shows todo momento. Você contava nos dedos os shows que tinham.
Em Jaú, casas noturnas nem tinham muitas com estrutura para show. Existiam boates e bares sem espaço para shows nacionais. Sobravam para os ginásios e em clubes como o Aero.
Começo a matéria a partir dos shows que eu assisti. Depois chamamos a galera para contar do shows. O primeiro show da minha vida foi em 1986 no Dr. Neves – Ultraje a Rigor. O show era do álbum de estreia do Ultraje – Nós Vamos Invadir Sua Praia.
Era o Brasil e todas suas faixas etárias cantando Marilou, Ciúme, Zoraide, Rebelde sem Causa, Eu me Amo, Nós vamos invadir sua praia, Inútil, Marilou, Mim quer tocar, Independente Futebol Clube etc… Das 11 faixas, 9 viraram sucesso.
O sucesso do disco tinha um efeito meio Mamonas (que arrebentou dez anos depois), os sons atraíam a molecada pra caramba. Me lembro que tinha 10 anos e fui no show do Ultraje no Dr. Neves com o Juquinha, primo de 8 anos (que virou Juca Pacheco e foi assessor de imprensa do SPFC por mais de 25 anos ehehe). Que aliás, tirou uma soneca na arquibancada no meio do show.
Foi a primeira vez que vi na minha vida o grande Galo Cego, Paulo Fernando Maciel. O cara tava assistindo o show sentado na cesta de basquete, bicho ahahhaah. O show foi em 1986 ou meados de 1987….
Em 1.988 fui no show do Lobão no Dr. Neves também. O show era turnê do disco Cuidado.
Era formação clássica do Lobão com Ivo Meirelles, Kadu Menezes na bateria e Rodrigo Santos no contrabaixo. Rodrigo Santos, após o Lobão, entrou no Barão Vermelho em 1992 no disco Supermercados da Vida. Ele ficou por mais de 25 anos no Barão. Aliás, tive o grande prazer de contratar Rodrigo Santos por algumas vezes no General para o seu show solo. Rodrigo veio com Kadu na bateria e nada mais nada menos que Fernando Magalhães do Barão na guitarra. Meu brother Edinho Percussa, fã do Barão e do Peninha, fez participações especiais nos shows.
Voltando ao Dr. Neves, o Velho Lobo abriu o show com a música Cuidado onde dividia o vocal com o Ivo Meirelles. Esse show tinha vários sucessos do Lobão dos discos anteriores.
Ledo engano era o repertório que seria do disco Lobão Vivo de 1990 com todos os hits deles. Aliás, Lobão fez o show de cadeira de rodas. Dizem as lendas, que ele sofreu acidente aqui na cidade na garupa da moto de um jauense, procurando vai saber o quê, rs.
Lobão ainda viria no começo dos anos 90 para Jaú em um show no Flavio de Mello com Capital Inicial e Skilo (Spilari e Armando dos Patrões e Pedro Merlini). E em 2003 no General. Aliás, a conversa no camarim será tema de um post único por aqui…
Em 1988 assisti o Kid Abelha no Dr. Neves, Paula Toller tava linda, para variar, e grávida. Lembro até hoje ela cantando Uns Dias do Paralamas, que aliás é a música que eu mais gosto da banda.
E o último show que vi nos anos 80 foi mais um do Ultraje no Dr. Neves também. Do disco Crescendo em 1989.
Cara, o show do Ultraje juntando os discos Nos Vamos Invadir Sua Praia – Sexo – Crescendo não tinha uma música desconhecida. Esse show é a famosa briga generalizada após o guitarrista do Ultraje que não me lembro qual era falar “Sensacional essa cidade, sem nenhuma confusão” EE PAUUUUUU!! Puta briga!
Ai no comecinho dos anos 90 houve mais alguns shows mas que será tema de outro post.
E você, qual show foi nos anos 80 em Jaú?
Pegamos o depoimento de uma galera que foram os shows e discorreram sobre os destaques dele:
*Careca – Lobão e Os Trapalhões
“Lobão foi em um domingo no Doutor Neves, o cara demorou bastante pra entrar, quando surgiu, tava na cadeira de roda, arrebentado, tinha sofrido acidente de moto, na cidade diziam que ele tinha caído de moto aqui atrás de diversão kkkkk. Na verdade ele caiu no sítio dos avós dele de moto, tinha datas pra cumprir, mesmo assim foi demais, já contei pra ele que vi esse show, ele ficou impressionado de me lembrar”
“Os Trapalhões eram meus heróis de criança, dava até choro de domingo qdo não dava pra assistir na TV, meu pai queria ver o viola, minha viola na cultura, mas nos levou pra assistir, foi qdo tava naquela do filme os trapalhões atrapalhando a suat, foi demais”
*Renata Catelli – Balão Mágico
Eu não me lembro se foi 1982 ou 1983. Mas eu lembro que quem nos levou foi a Tia Fátima, fui eu, minha irmã Roberta e o Rafael. Eu ganhei uma camiseta do Café Central eu acho.
Eu me lembro de ter ganho essa camiseta do sorteio de uma rádio, mas não me lembro se era da Piratininga ou da jauense.
*Elenice Marchi – Jessé – 1985
“Como eu gostava muito do Jesse. Foi no mês de junho. O convite foi um presente de aniversário meu que eu pedi na época pra minha patroa. Solidão de Amigo, Voa Liberdade e Porto Solidão incrivelmente maravilhosas. Eu ate lembro que o Aero estava hiper lotado, ele estava com uma roupa clara. Tempos bons que infelizmente não volta mais. Jesse é uma recordação maravilhosa, de uma época da minha vida. Fazia pouco tempo que tinha mudado pra Jaú. O ano provavelmente foi em 1985.”
*Lia Galvão – Alceu Valença – em torno de 1987
“Quando chegamos o Ginásio Dr. Neves estava vazio. Senti até vergonha dele, pois um músico tão bom com tão pouco prestígio na cidade na época. Mas foi bom, por que ficamos no gargarejo. kkkk. Ele tocou uma duas músicas e ai convidou quem quisesse pra subir no palco. Rapidamente eu subi e ai ficamos todos sentados no palco em volta dos músicos. Foi um super show. Depois desse dia me tornei ainda mais fã do Alceu. Uma simpatia, cheio de humildade”
*Cleso – Bozo – por volta de 1.988
“O meu primeiro grande show! Quem foi criança em Jaú nos anos 80 sabe como a vida cultural da cidade caminhava de maneira distinta em relação as cidades de maior porte, nos tornando algumas vezes motivos de chacotas daqueles primos da capital que hora ou outra vinham passar alguns dias das férias por aqui.
Mas ao contrário do que pensavam aqueles “radicais de apartamento”, nós contávamos com uma pequena agenda de entretenimento. Talvez a ausência de opções direcionava todos para os mesmos eventos, sendo assim, muitos compartilham essas mesmas lembranças que remetem a algumas sensações ímpares.
Como por exemplo o cheiro de peculiar de motor 2 tempos que pairava no kartódromo em dias de corrida ou as bolhas nos dedos que faziam aqueles mini violões de corda de arame que insistíamos para nossos pais comprarem no Jardim de Baixo enquanto prestigiávamos a Banda do Marcial tocando no coreto.
Nas comemorações do aniversário da cidade as atividades culturais se intensificavam. Apresentação da Quadrilha da Fumaça, os desfiles, fogos de artifício e claro, os shows de artistas nacionalmente conhecidos.
E foi justamente assim que tive a oportunidade de presenciar a performance do meu grande ídolo da infância, o palhaço Bozo. Tá bom, não posso garantir se era de fato um dos intérpretes oficias ou um cover, mas o fato é que o estádio Zezinho Magalhães estava ensandecido e cantava freneticamente:
“Alô criançada o Bozo chegou trazendo alegria pra você e o vovô”…”Chuveiro, chuveiro não faz assim comigo, chuveiro, chuveiro, não molhe seu amigo”.
Nesse fatídico dia também aconteceu algo curioso, o carrinho de pipocas pegou fogo se tornando um espetáculo à parte para a nossa entusiasmada plateia.”
*Loriane – Titãs 1987 e Guilherme Arantes 1989
“Em 87 foi lindo, foi fantástico, sempre gostei do Titãs desde dessa época. Tinha 13 anos Por incrível que peguei a baqueta do Charles Gavin. Sempre no gargarejo. Tinha todos os discos. O meu preferido do Titãs era o Sergio Britto. Quando acabou o show, fiquei esperando todos entrarem no Ônibus e ganhei um autógrafo do Charles. Naquela época ele tava de cabelo loiro curtinho.”
“No Guilherme, tudo escuro muita gente naquela arquibancada. Aquela coisa romântica, aquela poesia. Muito simpático, sempre conversando muito com todos. Toda música eu tenho uma história pra ela. Tenho muitos momentos com as músicas dele. Ele é demais. Fui no ultimo show aqui no Sesi agora.
*Ronaldo Lucio – Elba Ramalho – 1986
“O único que lembro o ano foi num show da Elba Ramalho no Dr. Neves, que foi no mesmo dia da final do Paulista que o Palmeiras perdeu para a Inter de Limeira em 1986”
*Evandro Barros – Ultraje – 1989
“Rapaz a unica coisa que lembro foi que o roger elogiou o publico e em seguida saiu aquela puta briga”
*Dani Albertin – Fabio Junior – 1986
“Eu era muito criança. Perguntei para minha mãe e tia que também foram no show
1986 no DR. Neves, ele usava muitas vezes o famoso bordão dele BRIGADUUU. As mulheres enlouquecidas gritavam lindo. E diversas vezes ele terminava o show e público pedia bis , ele voltava e cantava mais músicas !! Nos dias seguintes na cidade , só era comentado sobre o show , que foi um sucesso !!”
Luciana Rosseto
“No começo dos anos 80, em Jaú, não recebíamos muitos shows. Então, quando havia algum, era um acontecimento na cidade. Lembro que o primeiro show que eu fui foi o da Elba Ramalho, em 85, no ginásio Dr. Neves. Eu nem era tão fã dela (rs) mas não podia perder a oportunidade! Achei incrível como aquele lugar que estávamos acostumados a frequentar durante o dia para treinar vôlei se transformou completamente com o apagar das luzes. Foi mágico!
Depois, nos meses e anos seguintes, pude ir em outros shows… Roupa Nova (super em alta, no auge do sucesso com músicas temas das novelas da Globo), Kid Abelha (com a Paula Toller morena, antes da fase sex symbol), Ultraje… nós (eu e as amigas) já nos programávamos com muita antecedência e ficávamos na maior expectativa pela programação tão diferente.
As lembranças de cada show confundem-se na minha cabeça, mas o que não esqueço é que foi uma época muito boa!”
*Sidney Souza – Titãs e Metrô – Aero Clube
“Bom dia! Foi numa noite de sábado de 1984. Eu estava com meus amigos no Bar do Zezinho, na Amaral Gurgel. Naquela época todos se reuniam na quadra da Amaral Gurgel que fica entre a Maior Prado e a Tenente Lopes. Ao lado de nossa mesa tinham uns caras todos vestidos de preto e um deles disse que tinha família em Jaú e perguntou se íamos no show no AERO. Eu fiquei quieto, pois era o mais novo da minha turma, mas meus amigos disseram que iam no AERO e então os caras de preto ofereceram ingresso. Nós aceitamos e descemos a pé pra ver o show do Metrô. Na época minha musa era a Virginie (vocalista) e o hit era Beat Acelerado. Quando o show começou, entraram primeiro os caras de preto, cantando “Toda Cor”. Lembro que disse ao meu amigo Adilson Martins que já tinha ouvido está música no rádio… depois eles cantaram “Sonífera Ilha” e aí então todos no AERO aplaudiram, pois esta já era sucesso… mas eu não sabia quem cantava… RS… tocaram uma terceira música e depois repetiram Sonífera… em seguida veio o show principal com o Grupo Metrô que foi muito, muito bom! Lembro destes detalhes porque eu não tinha grana pra entrar e ganhei o ingresso… rs”