Cine Denadai

Adeus, Gene Hackman…

Cine Denadai presta homenagem a grande ator que nos deixou recentemente e fala sobre algumas obras da carreira de Gene.

O cinema se despede de um de seus grandes astros no final de fevereiro de 2025. Gene Hackman é um grande ator, de uma geração de grandes atores e atrizes como Robert De Niro, Dustin Hoffman, Al Pacino, Jack Nicholson, Diane Keaton, Ellen Burstyn, Jessica Lange e tantos outros.

Mesmo aposentado há alguns anos, Hackman aparece creditado em mais de 100 obras como ator. E é um pouco sobre elas que ire falar.

É sempre bom lembrar, apesar da aparência e do bigode, Gene Hackman e Luiz Felipe Scolari, o querido Felipão, não tem nenhum parentesco.

Começando com meu filme predileto de sua carreira. “Os Imperdoáveis” é dirigido por Clint Eastwood (figurinha carimbada nas minhas indicações) e têm como protagonistas o próprio diretor e também Morgan Freeman. Pois é, elenco de peso para um filme de faroeste que estava meio fora de moda nos cinemas americanos desde meados dos anos 1970. Nessa obra-prima, Gene Hackman interpreta o vilão Little Bill Daggett, um xerife que irá se opor as motivações de Eastwood e Freeman.

Produzido em 1992, foi o grande vencedor do Oscar do ano seguinte. E com todos os méritos. É indiscutível a quantidade de pontos positivos dessa obra. E a atuação, mesmo que como coadjuvante de Hackman, é uma das principais.

Na boa, o personagem do cara da medo! E está fácil entre as minhas atuações preferidas de todos os tempos (cito outras aqui como a de Jack Nicholson em “Um Estranho no Ninho” e de Vivien Leight em “Uma Rua Chamada Pecado). Sem contar que esse é o filme responsável pela minha admiração ao gênero faroeste.

Não vi esse filme logo que ele foi lançado, na verdade, só devo ter visto ele no inicio dos anos 2000, mas depois já revi algumas outras vezes. E verei novamente. Filmes assim são para ser vistos e depois revistos!

Disponível em: Shock Vídeo Café, Acervo Próprio e MAX.

Saindo de um gênero que eu gosto muito, para um assunto que gosto e consumo muito, que é racismo nos EUA. Sempre terá algo do estilo nas minhas indicações e que já foi tema de dois textos. “Mississipi em Chamas” mostras Hackman como um agente do FBI, ao lado de Willem Dafoe, investigando o desaparecimento de três ativistas dos direitos civis. Passado durante os instáveis anos de 1960, os investigadores deparam com o preconceito racial da comunidade, muitos deles integrantes da Ku Klux Klan e que não facilitam em nada as averiguações dos fatos.

Em mais uma grande atuação, Hackman interpreta esse agente federal repletos de conflitos internos, capazes de interferir em suas ações. Há algumas ressalvas ao filme também, como a falta de participação de personagens negros e consequentemente, uma grande concentração de personagens brancos, o que não faz sentido, já que os brancos são os principais causadores dos problemas raciais. E isso é extremamente válido. Fatos como esse deveriam se atentar mais ao lado dos oprimidos, mas acabam colocando os brancos como solução dos problemas e não como agentes causadores.

Filmaço!!!

Disponível em: Acervo Próprio.

Gene Hackman têm duas estatuetas do Oscar. Uma delas, de Ator Coadjuvante, eu já citei em “Os Imperdoáveis”. Mas seu primeiro Oscar veio em 1972, ao protagonizar o thriller de ação “Operação França”. Sim, já tivemos um filme de ação, que não seja guerra, vencendo as principais categorias do Oscar.

Um filme com primazia técnica para época, tem uma cadência um pouco mais lenta do que estamos habituados com filmes de ação das décadas de 1980 e 1970, mas conta com ótimas cenas de perseguição de carros melhores que qualquer uma da saga “Velozes & Furiosos”, além de combate ao narcotráfico e outras características presentes em filmes do gênero. Falando em saga, o filme ganhou uma continuação que confessor que tenho preguiça de ver até hoje. Mas ainda verei.

O primeiro filme, e mais premiado, tem a direção do ótimo William Friedkin, que também dirigiu, nada mais nada menos que “O Exorcista” e sua continuação é dirigida pelo não menos ótimo John Frankenheimer.

Disponível em: Shock Vídeo Café, Acero Próprio e Disney+.

Agora dois filmes que se casam bem, começando com um clássico dos anos 1970 que foi dirigido por Francis Ford Copolla, de “O Poderoso Chefão”. E “A Conversação” foi o “descanso” artístico de Copolla entre os dois primeiros filmes da saga da família Corleone nos cinemas. Inclusive, Copolla só dirigiu “O Poderoso Chefão” para arrecadar fundos para conseguir filme “A Conversação”. Baseado em um roteiro original escrito pelo próprio Copolla, “A Conversação” é um filme sobre espionagem passado durante a Guerra Fria nos tensos anos de 1960.

Usando uma tecnologia extremamente nova para época e irrisória para os tempos de hoje, Hackman é um talentoso expert em vigilância ao melhor estilo agente secreto, mas que vive uma crise profissional devido há alguns graves erros cometidos em um trabalho anterior.

Lidando com esse problema e tendo que resolver problemas de uma grande corporação que o contratou, Gene Hackman entrega mais uma ótima atuação. Destaque para a boa e pequena aparição de Harrison Ford no começo de sua carreira. Gostei muito desse filme, li que muita gente o considera um dos grandes filmes de espionagem.

Pode ser, mas ter visto esse filme mais de 50 anos depois que ele foi feito, não ajuda muito.

Disponível em: Acervo Próprio.

E para escrever esse texto acabei vendo um filme que há tempos queria ver e ao assistir, me deparei quase que com uma homenagem ao filme “A Conversação” e ao personagem de Gene Hackman, já que em “Inimigo do Estado”, seu personagem tem a mesma função que o do filma acima citado. E não só nos personagens em “Inimigo do Estado” tem uma cena em uma praça onde Will Smith e uma importante personagem do filme conversam em uma praça aberta, repleta de espiões com microfones escondidos em sacolas e no meio de jornais.

E em “A Conversação” temos uma cena assim também. Quer mais coincidências? Nos dois filmes os dois filmes os casais que conversam na praça têm segredos amorosos que podem interferir no decorrer do filme. Mas na questão qualidade, não tem comparação. “Inimigo do Estado” é legal, vale a pena ver, mas trata de um entretenimento.

Famoso filme pipoca, mas que deveria ter visto antes. O filme é dirigido pelo saudoso Tony Scott, o irmão menos talentoso de Ridely Scott. E o cara sabe fazer filmes de ação.

E esse é mais um. Disponível em: Disney+.

O tempo vai passando e essa geração de grandes atores vão partindo, mas deixando uma obra maravilhosa.

Gene Hackman é isso. Um cara de talento extremo que fez muita gente se apaixonar por cinema.

Com certeza um dos maiores da história da sétima arte.

Boa sessão e até a próxima.

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André Denadai

André é jauense, xvano, palmeirense e apaixonado por cinema e ele escreve periodicamente para o Jauclick.

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