Cinema em sala de aula… Na verdade, não é só em sala de aula. Professores e professoras atuam independente de local e de suas condições. Isso é vocação. Algo que eu percebi que não tinha ao lecionar por apenas um ano. Mesmo trabalhando em uma escola hoje em dia, preferi as questões administrativas às pedagógicas.
É aquela velha história de não ser feliz ou realizado profissionalmente ao trabalhar com alguma coisa que não lhe satisfaz e um professor insatisfeito prejudicaria muito os alunos, que não tem culpa da sua insatisfação. Sendo assim, passarei algumas dicas de filmes onde nem sempre a vocação é o que importa.
Cinema em sala de aula
Quer dizer, a coisa não é bem assim, nessa primeira recomendação nem temos tempo para saber se os professores e professoras de uma pequena cidade nos Estados Unidos, tem vocação ou não para ministrar aulas, já que após atitudes estranhas e violentas, os alunos começam a investigar o que pode estar por trás disso. “Prova Final” é um filme que marcou minha adolescência.
Adorei quando assisti esse filme. Tinha uns 15 anos. E acabei revendo há pouco tempo. Gostei menos, obviamente, mas é um filme que diverte bastante.
O elenco, formado por uma maioria jovem, acabou vingando. Nomes como o da brasileira/americana Jordana Brewster (“Velozes e Furiosos”), Clea DuVall (“Identidade”), Josh Hartnett (“40 Dias e 40 Noites”) e Elijah Wood (O Frodo de “O Senhor dos Anéis) se juntaram com as mais experientes Salma Hayek (“Um Drink no Inferno) e Frankie Janssen (a Jean Grey de “X-Men”) e tiraram uma nota digna de passar de ano sem maiores sustos.
O professor, ou melhor, diretor é Robert Rodriguez, que nessa época fazia algumas coisas legais. Se para muitos ir para a escola é um terror é porque não estiveram na pele desses alunos.
Disponível em: Acervo próprio.

Poderia dizer que agora estaria indicando um filme mais pé no chão, pois é passado em um colégio tradicional e conservador no final da década de 1950, mas tudo que o professor John Keating quer é que seus alunos voem.
Estou falando de “Sociedade dos Poetas Mortos”, que facilmente é o melhor filme quando o assunto é lecionar aulas e também a melhor atuação do saudoso Robin Williams. Se hoje ele é professor da Welton Academy, no passado ele foi aluno ali e como docente, ele tenta ir contra o tipo de educação passada desde seus tempos de discente.
Apaixonado por poesia e do lema “Carpe Diem” (aproveite o dia), o professor não leciona somente conteúdo da sua disciplina de inglês para seus alunos, mas também fala muito sobre independência, realizar os seus sonhos e não o que a escola ou suas famílias abastadas gostariam ou impusessem. “Carpe diem. Aproveitem o dia, meninos. Façam suas vidas extraordinárias”, é o que dizia o professor!
Unanimidade!!!
Esse filme tira nota 10 em tudo.
E se você ainda não assistiu, se prepare para um final que eu duvido que você irá se esquecer. Só veja.
Disponível em: Shock Vídeo Café, acervo próprio e Disney +.

Rotina de estudos é algo que ouço muito no meu dia a dia trabalhando em escola. E alguns pontos nos roteiros desses filmes com professores e professoras também tem uma rotina. Muitas dessas obras seguem um caminho que levará ao sucesso com público em geral.
O docente inexperiente que chaga para dar aulas em uma escola problemática, seus métodos não são convencionais, existem altos e baixos na relação com a classe, mas no final todos ficam amigos e tudo dá certo. “Sociedade dos Poetas Mortos” não se encaixa muito nesse roteiro principalmente pelo seu final.
Mas vamos de dica dupla. Em “Escritores da Liberdade” os problemas de violência, pobreza preconceito racial, desigualdade social, desmotivação e desobediência, são parecidos com o do engenheiro desempregado que começa lecionar aulas de matemática em uma escola em Londres no clássico “Ao Mestre com Carinho” estrelado por Sidney Poitier. Esse filme é de 1967 e o fato do professor ser negro acaba, acentuando a tensão da relação com seus alunos.
Mas mesmo seguindo estruturas parecidas, os dois filmes convencem pelas atuações e pela moral desenvolvida.
Os filmes fechariam as notas antes do 4º bimestre e nem precisariam se esforçar muito no final do ano.
Os dois estão disponíveis em: Shock Vídeo Café.

Outro filme que tem a mesma coluna dorsal das obras com professores é o divertido “Escola de Rock”. Mas ao contrário desses exemplos citados, agora temos uma pegada bem leve, sem conflitos mais sérios e bem menos drama.
No máximo uma pirraça de pré-adolescente. Mas algumas coisas não mudam. Já que Jack Black, o nosso professor da vez, é expulso de uma banda e começa dar aulas de substituto para alunos e alunas de 10 a 12 anos.
E á ao som de Led Zeppelin, AC/DC, The Who, The Doors, Ramones e outros gigantes do Rock, que o professor começa perceber certa aptidão musical da molecada. E aí é um prato cheio para ele entrar em um concurso de bandas e mostrar o seu valor como músico e professor.
Há, também tem altas tretas com os papais e mamães da criançada e com a direção a escola. Um filme bem leve que ao que se propõe, pode ser fácil o melhor aluno da sala.
Quem sou eu para propor algo para um diretor ou roteirista brasileiro, mas é só na minha cabeça que passou a ideia de fazer um filme chamado “Escola de Pagode”? E que tenha o Péricles como o professor? Nota 10,0 para minha ideia!
Enquanto “Escola de Pagode” só está disponível no meu imaginário, “Escola de Rock” está disponível em: Shock Vídeo Café e Paramount+.

É sempre um prazer assistir um filme em que um dos diretores preferidos dirigem uma de suas atrizes preferidas. Michael Haneke é um diretor austríaco excepcional e Isabelle Huppert uma atriz brilhante. Já trabalharam juntos algumas vezes, mas aqui indico “A Professora de Piano”.
E se comecei essa indicação falando em prazer, no caso de nossa protagonista, isso é um tabu, já que morando com sua mãe autoritária e dependente, não sobra muito tempo e espaço para certas liberdades. Professora de piano de um conservatório de Viena, ela precisa manter uma certa postura série e autoritária com seus alunos, mas ao começar se relacionar com um deles, passa a desabrochar seus fetiches e desejos mais reprimidos, complexos e controversos.
Apesar de desconfortável, com cenas que podem incomodar o telespectador mais conservador e chato, temos aqui uma obra de arte, onde você irá amar e odiar nossa protagonista, seja por suas atitudes com sua mãe (essa você só vai odiar), com seu amante ou com ela mesma.
Um filme bem difícil, mas excelente. Passaria de ano? Claro, mas passaria de ano na faculdade, já que esse filme é recomendável para maiores de 18. Disponível em:
Acervo próprio e Reserva Imovision.

Confesso que deveria ter mais um texto aí.
Pensei em colocado um filme francês chamado “Entre os Muros da Escola” aí, mas depois de um dia de trabalho em uma escola, confesso que não fiquei com muita vontade de assistir um filme passado em uma escola.
Mas as dicas estão aí. Consegui fazer uma lista com ótimos filmes de diversos gêneros e que tratam e um assunto parecido. Espero que gostem.
Boa sessão e até a próxima.