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E o Oscar não foi para…

E o Oscar não foi para... Filmes injustiçados que mereciam a premiação

Tivemos o Oscar no domingo dia 12 de março, a maior premiação americana do cinema. O momento que a mídia está voltada para atrizes, atores, diretores e todos os outros membros da indústria cinematográfica. Muitas vezes, nem precisa de uma indicação, basta um belo vestido ou um belo traje para seu nome ser ventilado em todas os meios da imprensa.

Dado esse breve panorama, falarei aqui de filmes que, na minha opinião, deveriam ter ganho o Oscar. Seja pela injustiça de perder o Oscar por um filme pior ou pelo azar de competir com um filme unânime. Lembrando, tudo é uma questão de gosto, claro que existem questões técnicas que elevam ou rebaixam um filme, mas nós, como meros leigos no assunto, devemos colocar nosso gosto em primeiro lugar.

Falando em gosto, começo com o filme que venceu o Oscar desse ano. “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” agradou público e crítica, mas passou longe de me convencer como um filme digno dessa honraria. Ganhou 7 prêmios, e isso já é motivo suficiente para não haver questionamentos sobre sua qualidade, mas não caiu no meu gosto. Essa história de multiverso, metaverso e universos paralelos, popularizados por filmes de super heróis não me agrada e faz com que eu não entenda nada do que esteja rolando, simplesmente por desinteresse meu.

Tenho certeza que não estou no mesmo multiverso das pessoas que gostaram de um filme com pessoas com dedos de salsicha e rosquinhas sugando coisas como um buraco negro. “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” me fez lembrar do MTV Movie Awards. Esse filme é cara dessa premiação. Um filme popular, com uma temática moderna e que agrada a maioria do público e esses motivos estão longe de ser requisitos para a qualidade de um filme, se caso fosse, “Velozes e Furiosos” teria muitos Oscar. Sendo assim, parabéns ao filme, mas descordo totalmente. Ainda não vi todos os filmes desse ano e meu preferido é “Os Banshees de Inisherin”. O nome é complicado, a temática é complexa envolvendo a amizade de duas pessoas, mas contado de forma simples, é muito bem escrito, com atuações ótimas e belos copos cheios de cerveja.

Esse não é questão de gosto, apesar de ser um dos filmes que eu mais gosto e o que considero a maior injustiça dessa premiação em todos os tempos, não só eu, mas também de muitos críticos e especialistas. O Oscar foi para “Rocky”, mas deveria ter ido para “Taxi Driver”, dirigido pelo maior de todos, Martin Scorcese. O filme do boxeador já não é aquelas coisas e o monte de continuações desvalorizam o pouco de crédito que esse original tem. Questões da época e do momento americano podem explicar isso. “Taxi Driver” fala sobre o retorno de um veterano do Vietnã para a sociedade e de um país com o orgulho ferido após a derrota na guerra. Todo esse mal estar social é representado pela figura de Travis Bickle, interpretado por Robert De Niro.

A depressão, a insônia e um ar de psicopatia faz com que nosso querido personagem opte por ser um motorista de táxi nas piores regiões de Nova York no período noturno e faça amizade com uma prostituta de 13 anos. Pesado e real. Então seria mais conveniente votar em um filme onde um derrotado realiza seu sonho de ser boxeador e consegue dar a volta por cima mesmo depois de apanhar muito da vida e de seus adversários. Provavelmente quem votava nessa época queria ver a imagem de seu país como esse bravo lutador, que apesar das diversidades, saiu como vitorioso. Horrível!!!!! “Rocky” é balela. Prefiro o cinema que incomoda e mostra a realidade. Por isso, considero essa a maior das injustiças!

Um ano com muitas injustiças foi o de 1999. “Shakespeare Apaixonado” é um ótimo filme, mas não tem comparação com “O Resgate do Soldado Ryan”. O drama de guerra de Steven Spilberg é considerado por muitos o seu melhor trabalho. E há cada ano que passo esse injustiça se confirma, já que o romance novelesco que venceu o Oscar, já caiu no esquecimento já a epopeia de Tom Hanks para salvar Matt Damon, é visto e revisto até hoje, inclusive eu, que revi não faz muito tempo. Mas as injustiças não param por aí, confesso que além de opinião, nós próximos dados também haverá um certo patriotismo. A vitória como filme de língua estrangeira parecia um sonho distante para “Central do Brasil”, já que concorria com o acalmado e popular (e isso conta muito) “A Vida é Bela”, mas como Melhor Atriz, Fernanda Montenegro deu um show, ganhou prêmios internacionais e chegou credenciada à estatueta que ficou com Gwyneth Paltrow. Injusto!!!!!!!

O filme mais azarado da corrida do Oscar é “Sobre Meninos e Lobos”. Esse drama policial dirigido pelo sempre ótimo Clint Eastwood concorreu com “Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”. Mas não concorreu só contra o filme, mas também com o fechamento de uma das trilogias de maior sucesso do cinema. O fechamento da saga de Frodo ganhou as 11 estatuetas em que foi indicada, e na maioria das categorias, “Sobre Meninos e Lobos” também estava presente. O filme de Eastwood teve que se contentar com estatuetas de atuações (melhor ator e melhor ator coadjuvante para Sean Penn e Tim Robbins, respectivamente), que é um de seus grandes méritos e a única fragilidade de “O Retorno do Rei”.

Mas é inegável que, mesmo em sua simplicidade de produção, comparada ao épico do anel, “Sobre Meninos e Lobos” é mais cinema. Detalhe que nesse mesmo ano, o brasileiro “Cidade de Deus” teve 4 indicações ao Oscar (direção, fotografia, roteiro adaptado e edição) e em todas, o Frodo estava lá com seu anel concorrendo e vencendo. Provavelmente “Cidade de Deus” não venceria nenhum desses prêmios, mas também é mais filme que “Retorno do Rei”, mas acho que não é melhor que “Sobre Meninos e Lobos”.

Outro filme que simplesmente deu azar no Oscar foi o sensacional policial noir “Los Angeles – Cidade Proibida” do saudoso Curtis Hanson. Mas no ano de 1998 estava no páreo “Titanic”. Aí não tem como concorrer. Um ano antes ou um ano depois “Los Angeles – Cidade Proibida” ganharia fácil, já que concorreria com o já citado “Shakespeare Apaixonado” em 99 ou “Paciente Inglês” em 1997. O filme venceu nas categorias de Melhor Roteiro Original, sem a concorrência do “Titanic” e de Melhor Atriz Coadjuvante para Kim Basinger, nessa categoria, Gloria Stuart, a senhorinha simpática que interpreta Rose no dias atuais, também estava indicada, mas não tinha muitas chances. Venceu quem merecia.

Lembrando, não só qualidade está sendo votada numa premiação como o Oscar. Fatores como publicidade, amizade e interesses trabalhistas influenciam na hora de alguém escolher seu filme preferido, por tanto, fique com seus gostos, menos quando o assunto é “Rocky”!

Ótima sessão de cinema a todos!

André Denadai
André Denadai
André é jauense, xvano, palmeirense e apaixonado por cinema e ele escreve periodicamente para o Jauclick.

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