Cine Denadai

O Cinema, as locadoras, os filmes e eu

Do primeiro aluguel ao trabalho na locadora: uma história de amor pelo cinema. Ah, o cinema!

Eu tenho uma ótima relação com esses três itens do título.

É tipo um ciclo de vida. Começou quando criança, se desenvolveu na adolescência e na minha vida adulta está em seu ápice. Há um bom tempo eu não gosto só de assistir filme, me interesso também pelo o que envolve o filme. Que é o gostar de cinema. Gostar de assistir filme a maioria das pessoas gostam. Gosta de cinema nem sempre. São hobbies diferentes.

E é sobre esse meu hobbie que eu escrevo dessa vez.

O Cinema, as locadoras, os filmes e eu

Me lembro como começou, mas não me recordo o ano. Mas é nítido em minha cabeça quando minha mãe chegou em casa e avisou meu irmão e eu que tinha uma surpresa na casa da minha vó. Morávamos perto, então já descemos lá. E quando chegamos a surpresa era um belo de um vídeo cassete!

Para ficar melhor ainda, na frente da casa dos meus avós, ali ao lado da igreja São Sebastião, havia uma vídeo locadora. E foi ali na Oppus Vídeo que dei meus primeiros passos em algo que faço até hoje, que é alugar filmes. Isso era começo dos anos 1990 e sei disso pelo primeiro filme que aluguei na minha vida: “Esqueceram de Mim” que foi lançado no ano de 1990.

A primeira locadora, o primeiro filme alugado. Até então, meu contato com filmes era o que se via na tv aberta e nenhum me traz alguma recordação até então. Inclusive lembro de outros filmes que aluguei ali, como “Meu Amigo Munchie”, que é sobre um Et que realiza desejos e “3 Ninjas” que fala sobre (pasmem) 3 ninjas!!!! Acho que “esqueceram de Mim 2” também foi alugado ali na Oppus.

E muitos outros também. Mas na metade de 1995 e com meus quase 11 anos, nos mudamos de casa e algum tempo depois, compramos um vídeo cassete também. Meu pai ainda gosta de assistir muitos filmes e sempre levava a gente numa locadora perto da igreja Matriz, mas que não me lembro o nome.

Morávamos na XV de Novembro e três quarteirões dali tinha uma locadora. E ela, seus donos e funcionários, mudariam muito a minha visão sobre filmes. Começava então minha relação com a Quintino Vídeo!

Ia com meus pais lá muitos fins de semana, não me lembro o primeiro filme que aluguei ali, já que sempre alugávamos em baciada. Mas algumas coisas me marcaram, como a quantidade de vezes que minha irmã alugou “O Pestinha”.

Era semana sim, semana também.

Outra coisa foi começar conhecer alguns filmes de terror. Foi adolescente que vi e comecei admirar os filmes da saga de “Sexta Feira 13” e principalmente “O Exorcista”. Putz, esse filme me marcou muito. Preciso rever esse filme e fazer um texto só para ele!

Nessa época também começo a frequentar o cinema municipal, que se situava na prefeitura há apenas 3 quarteirões de casa. Eu não cheguei a comentar, mas o primeiro filme que fui ver no cinema foi nada mais nada menos que “O Rei Leão”.

Estreia de luxo!

Mas cinema era uma coisa mais difícil de eu ir, pois antes de morar na Xv de Novembro, eu residia longe do cinema e mesmo em um custo popular, faltava grana.

O Cinema

Mas morando perto em uma condição melhor dos meus pais, era tudo mais fácil e às quartas havia uma promoção de meia entrada. Prato cheio para ir com os amigos. E ir várias vezes. “Anaconda” eu fui ver 6 vezes no cinema! Sim! Aos 13 anos, esse filme era o melhor do mundo.

Nessa época e nos anos seguintes era fácil me ver com meu amigo/irmão Gustavo assistido alguma coisa ali. As vezes um não ia, mas o outro ia sozinho e na semana seguinte, caso estivesse o mesmo filme, não era difícil alguém ir de novo só para acompanhar o amigo. Numa dessas, vi o filme “Golpe Fulminante” com Van Damme duas vezes…pois é…. Lembro que eu tinha um caderno que eu anotava tudo o que via e no ano de 1999 eu tinha ido ao cinema 19 vezes!

Confesso que o cinema do Jaú Shopping nunca foi relevante para mim, então nem estará mencionado, apesar de ter ido muitas vezes. Ah. e não se esqueçam, eu ainda frequentava a Quintino Vídeo aos fins de semana.

Chega um ano importante para mim. Em 2000 eu começo trabalhar. Com pouco mais de 15 anos, boa parte do meu salário mínimo de Polícia Mirim iria para os filmes. E aí também começa minha autonomia para ir na locadora e uma mania que tenho até hoje, que é a de alugar dois filmes aos sábados.

Sempre 2 e sempre aos sábados. Nunca 1 ou 3, dificilmente outro dia da semana.

Cliente assíduo da locadora, acabei virando amigo dos donos de lá O Marcos e a Marlene e também dos funcionários, o Rodrigo e o Sandro.

O Sandro entende muito de cinema e acho que aí que eu começo a me interessar não só por assistir filmes, mas por cinema em geral. Sandro é ator e falava de cinema com uma paixão que meus ouvidos gostavam de ouvir, então foi batata.

Antes do momento mais importante da minha vida para entrar de cabeça no cinema, quero relatar uma passagem de quando eu era Polícia Mirim na biblioteca da Delegacia de Ensino. Chegou uma remessa de livros cedidos pelo Estado de São Paulo e eu que registrava eles. E dois ali me fizeram crescer os olhos. Eram dois livros do saudoso crítico de cinema Rubens Edwald Filho.

Acho que um chamava “Os 100 Maiores Filmes do Cinema” e o outra chamava “Os 100 Maiores Cult Movies do Século”. E foi ali que pela primeira vez na vida, eu percebi que não entendia porra nenhuma de cinema, já que não tina visto quase nada que ele indicava e muita coisa eu nunca tinha ouvido falar.

Mas quando devidamente apresentado, logo comecei a assistir o que ele indicava e foi aí que aluguei e assisti pela primeira vez o que considero o melhor filme que vi até hoje “Laranja Mecânica”.

Bem, chegamos em 2003 e com isso o serviço militar. Para arranjar um emprego seria uma vida, já que dificilmente eu iria ser dispensado.

Foi aí que surgiu um convite do Marcos lá da Quintino Vídeo em trabalhar ali!!! E que desde que avisando sobre os compromissos com o Tiro de Guerra com antecedência, não haveria problemas.

Convite aceito e em 23 de janeiro de 2003, começa minha vida como funcionário da Quintino Vídeo. Iria substituir o Rodrigo, mas aos sábados trabalhávamos juntos. E trabalhar numa locadora significa ver filme de graça!

Ganhar para ver filmes e depois indicar para os clientes!! Perfeito!! E ainda conseguia guardar minha grana para gastar com novas paixões que surgiam na minha vida, as baladas, os rolês e a cerveja, mas isso não é assunto para esse texto.

Na locadora eu fiquei até fevereiro de 2007 todos os dias e até julho de 2009 quando ela fechou. Que escola para meus conhecimentos sobre cinema! Quanta história boa. Fiquem à vontade para me perguntar sobre as histórias do setor de “filmes educativos”.

Algumas eu só conto bêbado. Ali eu percebia diariamente que eu não entendia nada de cinema!

E foi nessa época que eu comecei com meu hobbie de hoje em dia, que é minha coleção de filmes. Meus dois primeiros filmes comprados foram quando eu trabalhava lá.

“Cubo” e “Confissões de Uma Mente Perigosa”, esse segundo eu emprestei para alguém e nunca me devolveram.

Duas coisas que aconteceram em 2009 eu mantenho até hoje em dia. Uma é meu emprego no Colégio São Lucas e esse trampo que me fez ter uma graninha maior para poder comprar meus filmes.

A outra, é que depois de muito tempo não pagando para ver filme, eu teria que voltar a ser cliente de uma locadora e aí virei cliente da Shock Vídeo Café. O Fernando é o dono de lá até hoje e já o conhecia da época de Quintino Vídeo.

E voltei a sina dos dois filmes de sábado de manhã e de ficar batendo papo sobre cinema e filmes. As vezes tomando um café e as vezes uma cerveja.

Locadora é um lugar especial para mim. Fiz muitas amizades ali. Como funcionário da Quintino Vídeo, além de meus chefes e colegas de trabalho, fiz amizades com clientes e até hoje as pessoas me falam: “Você trabalhava na Quintino, né?” Porra, que orgulho!

Já como cliente da Shock, fiz muitas amizades também. Não só com o Fernando e sua família, mas tanta gente que tinha uma rotina parecida com a minha. Para citar só um, deixo aqui minha lembrança para meu amigo Robson. O cara hoje em dia, vê seus filmes de um lugar mais especial. Robson entendia de filmes como poucos.

Era falar de cinema com ele para eu perceber que não entendia nada da coisa. Um amigo que a locadora, o cinema e os filmes me deram.

Hoje estou eu aqui escrevendo meus textos sobre o que aprendi nessa jornada de mais de 30 anos vendo filmes. Escrevo graças ao convite do meu amigo Cesar e escrevo para o mesmo site do meu amigo Moraes.

Resumindo e repetindo, o cinema, as locadoras e os filmes me deram amigos, um hobbie, histórias e tantas outras coisas. Se um dia eu virar roteirista e for escrever um filme da minha vida, teria que ser uma ficção, já que tenha uma vida normal.

Teria que acrescentar uma princesa para eu conquistar e alguns atos de bravuras. Bruxas e monstros do espaço já não iria precisar, já que isso não falta por aqui.

Mas independente do roteiro, os filmes, as locadoras e o cinema, seriam personagens principais desse longa-metragem.

Todos os filmes acima citados estão disponíveis em: minhas melhores lembranças.

Boa sessão e até a próxima.

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André Denadai

André Denadai

André é jauense, xvano, palmeirense e apaixonado por cinema e ele escreve periodicamente para o Jauclick.

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