Blog do Moraes entrevista o ator Giovani Hakime

O ator fala para o blog da sua experiência no teatro, stand up, circo e na atuação em clipes

O Blog do Moraes entrevista o artista Giovani Hakime.

Trabalhando com arte há quase 10 anos,  Giovani já se enveredou em várias vertentes das artes cênicas: teatro, circo, técnica, improviso, stand up, atuação em clipes entre outros. 

Abaixo, vamos acompanhar toda carreira dele nesse bate papo com o Blog.

Blog –  Ola Giovani, tudo bem? Primeiramente, obrigado por participar do nosso blog. Para começo de conversa, sabemos que você é de Franca e mudou para Jaú com dois anos de idade. Como surgiu  a vontade de ser artista?

Giovani  – Eu que agradeço o convite Moraes! Eu descobri essa vontade aos 19 anos, quando um amigo convidou para um ensaio. Eu fui meio despretensioso, só não imaginava que ia gostar tanto. A partir daí eu senti que era isso que eu queria e me joguei nesse mundo.

Qual foi a primeira percepção de que ser artista poderia ser um meio de vida para você?

Ah, com certeza desde quando comecei no mundo artístico eu sabia que queria viver disso. A medida que oportunidades foram surgindo, eu fui me aperfeiçoando e entendo melhor como poder viver através do meu trabalho.

Quais foram as primeiras  peças de teatro? Foi o Pluf Fantasminha né.

Pluft, o Fantasminha foi a minha primeira experiência em um teatro. Parece que foi ontem aquele frio na barriga antes da peça começar,  todo mundo agitado, uns ditando as falas, outros correndo pra lá e pra cá.

Em 2014 continuei atuando, aprendi mais um pouco de circo e junto de amigos criamos o Gambiarra, show de improviso que segue até hoje ativo

 

Já fiz sonoplastia na peça Agreste, do Newton Moreno,  na época encenada pelo grupo Epifania, de Jaú. Atuei durante um tempo na Cia. Trovamores de Dois Córregos, onde viajava pelo estado através do PROAC e junto com essa cia. trabalhei na FILLP, feira do livro e no projeto Era Uma Vez, ambos da cidade de Lençóis Paulista.

Também atuei em Quando a Mente Se Parte, de criação coletiva da cia. Exilados e direção de Guilherme Azeituno. Um espetáculo que fala sobre esquizofrenia e que foi meu maior desafio até aqui.

 

Esse ano o Gambiarra ainda não teve apresentações, mas logo logo vem novidades por aí!

É difícil ser artistas de cênicas no interior de São Paulo?

Acredito que no interior as possibilidades são menores, por isso acho mais difícil. Aqui há a necessidade de se formar público, viabilizar meios e locais para apresentar, além de outras coisas. Na capital não, as pessoas já conhecem, tem locais conhecidos e as coisas funcionam mais.

Você se enveredou na sonoplastia e iluminação de espetáculos.  Conta pro blog dessa experiência.

Sou até suspeito pra falar! Hahahaha

Gosto muito de trabalhar com a técnica, principalmente com iluminação.

Em 2015 fui estagiário da POIESIS no Projeto de Qualificação em Dança pelo Estado de SP, dirigido pelo Ismael Ivo. Foi uma das maiores experiências que já tive e aprendi muito ali!

Conheci artistas nacionais e internacionais com muitas experiências para trocar, o que tornou tudo muito mais rico! Sempre que posso busco estar bem presente na técnica porque sempre tem novas possibilidades.

Aproveitando, nos fale também de sua experiência em espetáculos circenses.

Aprendi algumas coisas durante o tempo que só atuava, como palhaço, estátua viva e sombra, assim consegui trabalhar em alguns eventos. Um tempo depois resolvi me aventurar a andar de perna de pau, vertente que é a minha preferida, mas que foi um desafio no começo porque eu tenho medo de altura.

Também aprendi pirofagia, especificamente a cuspir fogo e as vezes me arrisco no malabarismo, mas esse último ainda estou aprendendo.

Mas a maior experiência que tive foi a de montar a lona para uma apresentação. Participar desde a montagem do espaço até a finalização do espetáculo me fez entender e valorizar muito mais o artista e a vida circense.

Em 2.019,  você começou a fazer stand-up e parece que é um dos seus projetos atuais. Conta para nós o que está rolando. Aproveitando, nos fale como você vê o stand-up no Brasil, em Jaú você acha que pode existir um nicho.

Isso, atualmente tenho focado mais no Stand-up, mesmo preferindo o improviso. Tenho feito apresentações pela região em alguns bares e pubs, e ainda busco estudar e crescer mais na área.

Acredito que o Stand-up no Brasil tem vivido.um ótimo momento! A internet potencializa muito o alcance e vejo cada vez mais pessoas interessadas em assistir shows ao vivo, principalmente agora que os eventos estão voltando. É muito bom ver o cenário crescer assim, principalmente no interior, que tem recebido de braços abertos os humoristas.

Não tem como não falarmos da pandemia, principalmente na classe artística. Como, artisticamente você passou e está passando esta fase.

Quando a pandemia começou foi um susto. De repente todos os eventos caíram e tudo fechou. Foram dias estranhos e angustiantes, já que além do medo de ficar doente também surgiu o medo de perder espaços que estávamos há anos buscando. O período de adaptação a quarentena foi bem difícil também, o estímulo criativo foi enfraquecendo conforme os dias passavam e nada mudava.

Mas foi a necessidade de não parar que me fez trabalhar mais na internet, criando conteúdos e movimentando mais minhas redes sociais, e a partir daí fui me adaptando para não ficar parado e divulgar meu trabalho pra mais pessoas.

Vimos a sua atuação marcante no clipe Homem Invisível. Aliás uma obra prima jauense do Marcos Atalla e música do rapper Estevan. Como foi participar do HI e já aproveita e fale das suas outras experiências em clipes.

Poder participar de uma obra tão intensa e necessária como Homem Invisível foi mais do que tudo enriquecedor. O personagem exigiu muita entrega, que ficou perfeitamente demonstrada através das lentes do Marcos Atalla, que além de ter uma visão excepcional de ambientes que muitas vezes são esquecidos ou mal explorados e torná-los evidentes. O clipe foi filmado aqui em Jaú e mostra muito da cidade. Atuar como morador de rua nos fez ter uma outra percepção até de vida, até porque percebemos como as pessoas olhavam o personagem e até desviavam, tudo isso até ver que era uma gravação.

A música é forte e fala muito disso. O Estevan tem essa pegada de mostrar a realidade nua e crua, sem meias palavras, e isso faz com todo o projeto só fique melhor. Desde a primeira vez que ouvi a música tinha certeza que seria uma trabalho pesado, mas que teria muito impacto no cenário local! Além de um ótimo trabalho de equipe, criamos vínculos de amizade ali. Só tenho a agradecer a você, Marcos, Estevan e todos que ajudaram na produção!

Fiz participação no clipe Era de Espelhos, da Yastana em 2019 que foi meu primeiro contato com clipes. Em 2021 atuei no clipe Paris, da banda D’Maori de Bariri, ambos com direção do Douglas Oliveira.

Também participei da música e depois do clipe da música Currículo, do meu irmão Fabio Pastorelli. Por esse clipe eu tenho um apreço muito grande, já que além de ser uma baita letra, foi a primeira vez em que gravei algo cantando.

Analisando aqui, vendo as várias vertentes cênicas que você atua e já atuou. Existe uma preferida, a menina dos olhos do Giovani?

Gosto de tudo que faço, mas amo improviso. Ainda sinto o mesmo frio na barriga, aquela energia absurda em poder dividir o palco com meus melhores amigos e me divertir absurdamente ali. Não só pelo palco em si, mas por toda a vivência. É ali que me sinto livre, feliz e acima de tudo, em família.

Giovani, muito obrigado pela participação. Para finalizar gostaria de saber como você está vendo como o Poder Público está tratando a Cultura no país e na nossa cidade. Muito obrigado e até a próxima!

Pra ser sincero, não acredito que o governo trabalhe de forma ativa para que os artistas em geral desempenhem todas as vertentes que buscam, além de não compactuar com o desmonte do Ministério da Cultura, que virou secretaria.

Não tenho contato com a secretaria de cultura da cidade, mas espero que dê a valorização que os artistas locais merecem para que possam tornar nossa cidade um lugar muito mais rico culturalmente.

Agradeço demais o espaço para poder falar um pouco do meu trabalho, só tenho a agradecer Moraes! Fico muito feliz em ver que tem gente olhando pro artista independente e fornecendo espaços para que mostremos nossa voz! Até a proxima!

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Wilson Moraes, o Moraes, escreve periodicamente no Blog do Moraes, agora aqui no Jauclick

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