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Blog do Moraes – Spy, o Bandleader – Homenagem a Luiz Henrique Spilari

Homenagem do Blog do Moraes para Luiz Henrique Spilari, o Spy.

Eu ando menos assíduo no meu blog. O ideal era um post semanal pelo menos. Fiz mês passado do Frejat, e em agosto do Mandrake e dos 30 anos do Matahare.

No primeiro de outubro venho para falar da partida de Spilari. Post duro de fazer,  mas as lembranças de Spy em cima do palco são memoráveis.  Contrasta com a partida precoce do artista e amigo.

Os relatos abaixo não é uma biografia mas algumas parcerias de trampo com Spilari e Os Patrões.

Antes era melhor nas exatidões das datas, nos anos. Se tiver cometido algum erro, me corrijam!

CULTO E SKILO

Culto Metálico - 1987
Eu lembro nos anos 80 do Lu Spilari ser da turma do meu primo Mauricio Galvão, o Garba. Mas não o conhecia.
Spilari e Armando - Culto Metálico
Spilari, Lourival e Pedro Paulo - Culto

No meio dos anos 80, ele tocava na banda Culto Metálico, que era referência no heavy metal e hard rock da cidade. O Culto tinha Spila no contrabaixo e Armando na bateria, Pedro Paulo Serignolli e Alex Lana na guitarra e Lourival na guitarra. Depois, Pedrinho Merlini assumiu a guitarra do Porco (Alex Lana).

Eu nunca vi o Culto Metálico. Mas vi o Skilo sem Grilo. Várias vezes.  Comecei a sair lá pelo final dos anos 80. No começo dos anos 90 em uma festa do Caiçara Clube  (já cansei de falar desse show) tinham dois palcos montados. De um lado, Contratempo com Rafael Gianini, Toco e Clau Clau Morelli e de outro o Skilo sem Grilo com Diniz Lopes, Pedrinho Merlini, Armandão e Spilari. Esse show foi divisor de águas no meu gosto musical e depois disso, comecei a acompanhar demais as bandas na cidade. Ontem Diniz e Rica Zacharias insistiram que era o Estado de Shock junto com Skilo. Eu insisto que era a dobrada com o Contratempo ehehe.

O Skilo sem Grilo era muito legal. Tocava tudo que eu curtia. Lobão, Barão Vermelho, Beatles, Stones, U2, The Cult, Paralamas, Mettalica. Diniz cantava a maioria mas Spy cantava algumas. O Last Caress do  Mettalica, No Money No Change No Chance e Quem quer votar  do Lobão e no refrão do Vital ele soltava toda vez não sei por qual motivo “Vital passou a se sentir total com seu caralh.. de metal”. Nego chorava de rir.

Vida Louca Vida - Skilo sem Grilo

Nas festas no Dr. Neves e Flavio de Mello as dobradas com Estado de Shock (formação com Fernando e Alexandre Lazzari, Norba Rock ´n Roll e Betinho) arrastava a galera. Nessa época já vendia alguns convites.

Mas o primeiro contato digo “profissional” com o Spilari foi em  uma festa na River Side, provavelmente 1.991 ou 1.992. A festa se chamava “A Primeira Noite Cover”. Era uma festa da banda com a casa e o repertório do Skilo era praticamente O Barão Ao Vivo do Dama Xoc na íntegra e depois só músicas do U2. “Moleque vc vendeu convite pra caramba”. Lembro dele falar pra mim. E vendi memo ahah. Fiquei feliz pra caramba porque essa galera do Skilo, Contratempo, Estado de Shock nós éramos fãs.

O grande lance era falar na escola que éramos conhecidos do Spilari, Betinho etc..

Acho que lá por 1.992 Skilo sem Grilo foi finalista  do Festvalda com a música Born to be Wild se apresentando no Palace em São Paulo. Acho que era essa gravação. Diniz me mandou nessa sexta.

 

Born to be Wild - Skilo sem Grilo

O HOMEM VIROU BANDLEADER

Acho que no mesmo ano, Diniz saiu e sem ele saber, a saída pode ter se tornado um dos marcos do rock na cidade, porque transformou Spilari em vocalista principal.

O homem virou Bandleader. Eu lembro de duas festas marcantes nesta época. Um show do Skilo onde era o Boca Rica Móveis (hoje estacionamento de carro) na 13 de Maio. Era lançamento do Titanomaquia e eles mandaram um Será que é Disso que eu Necessito.

E outro que lembramos ontem com o Rica Zacharias. Um show do Skilo onde é a Condec hoje e na época era Bar  do Segantin. O show era lá fora e a polícia militar chegou para interromper. O Skilo ia mandar mais uma só e não é que eles mandaram Polícia do Titãs? Ahaha. O bicho pegou.

Acho que depois disso, provavelmente 1.994 os caras gravaram o cd Skilo. Não me lembro da repercussão do cd. Os sons eram pesados e bem legais. Foram até trampar o disco nos EUA.

A primeira vez que fiz uma festa com o Spilari e a única vez que contratei o Skilo foi lá pelo ano de 1.996. Fiz uma festa com Dudu Galvão na Cachaçaria Agua Doce na Rua Riachuelo, em frente o Banco Mercantil. A dobrada era Dudu Galvão e Banda e Skilo.

Como já disse, minha memória está mais curta. Não sei se depois dessa festa ou antes eles foram para Los Angeles. Lembro de Armando ter ficado por lá.

Na volta, começaram a rolar umas jams de rock no American Bar do Jahu Clube Centro. Lá, eu lembro de Spy fazendo um som com Rafael Gianini, Toco, Guto etc. Foi o embrião dos Patrões.

NÓS SOMOS OS PATRÕES

Os Patrões estrearam em 1.997. Mas a virada de chave do trio Spilari, Rafael e Guto foi em 1.998. Show dos Patrões no Bar do Galo (atual Canalha´s).

O primeiro show no Bar do Galo foi uma apoteose. Foi esquisito mesmo. Aconteceu um lance diferente. Foi incendiário. A cidade estava bem voltada as bandas de baile. Uma época meio obscura pro rock ´n roll na cidade. Uma ou outra estava fazendo rock. Mas a maioria do som ao vivo era  dominado pela galera do baile.

Aquele show dos Patrões contribuiu pro rock da uma assopradinha de novo por aqui. Ai só começou a vir pedrada.

Lembro perfeitamente do show deles após o Charlie Brown Junior no Aero em 98 também. Um adendo importante. Esse show foi em um sábado. Quase 5.000 pessoas. Um dia antes o Netinho (O Millaaa) cantou o Kartodromo. Não deu 1.500 pessoas.

Quem organizou o CBJ no Aero foi Megale, Danival e Petreca. E eu vendi convite pacas de novo ehehe.

E nesse show do Aero, e é de conhecimento de todo mundo, o Chorão cantou um Back in Black com Os Patrão. Não estou mentindo. A foto abaixo não me deixa mentir.

Foto retirada do facebook de Gessica Bento

Em 1.999, O Charlie Brown Jr voltou a Jaú no Aero e a coisa se inverteu. Chorão chamou Spy no palco dele. No palcão!

Mais dois momentos importantes em 1.998 dos Patrões comigo foi a festa da Javel que já foi assunto de um post inteiro e o Reveillon da Bocada que citei no post do Frejat.

A vontade de fazer um rock n roll no Reveillon em Jaú passa muito pelo surgimento dos Patrões neste ano.

Ainda em 1.998 fiz cos Patrão a fatídica festa do extintor no Galpão do Brasil. Aliás Os Patrões estavam no palco quando o Bardi resolveu fazer seu show pirotécnico.

Para quem não sabe, era um Matahare x Patrões, abertura Barrados nos Bares. Do nada, no meio do show dos Patrões,  o Bardi ligou o extintor e acabou com a festa. Agora soa engraçado mas na hora foi fogo ahahah.

E em 1999 fizemos com eles A Volta do Canalha, a festa inaugurativa da logo do Canalha desenhada por Marinho Candido.

SOM DOS PATRÃO

Lá por 2.000 ou 2.001 os Patrões começaram a fazer som próprio. No mesmo ano vendi convite para a festa de lançamento do Single com as músicas Trabalho e Sol da América do Sul. Quem fez a festa foi Paulo Maciel, o Galo. Lá no Jahu Clube Campo.

Em 2.002 trabalhei para eles no lançamento do Cd Nossos Métodos no Flavio de Mello.

Não sei se ainda era 2.002 ou já 2.003 mas Os Patrões classificaram para a finalíssima do Festival Transamérica Semp Toshiba em um montante de quase 700 bandas inscritas.

Lembro que fui incumbido de organizar um ônibus para levar a galera da cidade ver a finalíssima. Fechamos o ônibus em um domingo no Fabio´s bar. Fervia o bar do maluco nos domingos. Fechei o ônibus, a galera pagou metade e José Milton Gianini pagou a outra metade.

Partimos São Paulo. Não sei se a música Trabalho era a melhor. Não me lembro das outras. Mas o show dos três – Spy – Rafa – Armandão foi insano. Ganharam no palco o Festival. E foi um putaa festival. Juri de responsa.

Os Patrões ganhando o troféu do Festival Semp Toshiba

GENERAL

General abriu em 2.002 e foram inúmeras as vezes que fizemos Os Patrões. Eu destaco alguns shows aqui: –  Patrões x Mandrake – Preparem seus Timpanos; Aniversário de 01 ano do General;

Dobrada com o Kamandukaya no dia do show Capital Inicial no Jahu Clube. Fizemos um churrasco a tarde no camarim do General pra descontrair porque o fumo poderia ser grande e numa dessas a coisa rolou e a noite foi demais da conta;

O lançamento do Cobaia em 2.005 foi um dos maiores públicos do General.

O clipe do "Eu me Disfarço Bem" tem cenas gravadas no lançamento

General também foi palco do último show dos Patrões em outubro de 2.016 e a última apresentação do Spilari. Depois disso, por motivos particulares Spy se afastou dos palcos.

VÁ EM PAZ SPY

A importância que Os Patrões tem para a cena rock jauense e regional é enorme. Junto com Estado de Shock, são as duas bandas que mais tocaram no estado. De maior número de shows.

Não é demérito para as outras e nem estamos dizendo que musicalmente eles eram os melhores. Mas como conjunto da obra, dá para você dizer facilmente, tranquilamente que Os Patrões podem ter sido sim a banda mais importante de rock ´n roll de Jaú.

Sol Faz bem pra mim junto com Manga Rosa são as duas músicas mais conhecidas daqui.

E tudo isso passa pela liderança, carisma, voz e as letras das músicas próprias do Spilari.

A repercussão da ida do artista Luiz Spilari está transcendendo Jaú. Várias cidades, vários donos de bar, fãs,  por onde Os Patrões passaram.

Esse relato do Blog do Guirado fala muito disso

CLIQUE AQUI E CONFIRA

A perda do amigo, do pai, , do marido, do irmão, do tio para todos é muito  triste. A perda artística do Spilari para cidade é tal qual devastadora mesmo ele afastado dos palcos e do cenário musical.

Não dá para acreditar que Jaú perdeu em menos de um ano dois dos grande artistas da história da nossa cultura – Betinho e Spilari.

Mas muita coisa está registrada. E poderemos sempre curtir o que esses dois caras produziram por aqui.

“Tranquilo, aqui na firma todo mundo é registrado”

Vocês não tem idéia de como é surreal fazer essa matéria. Vocês não tem idéia.

Vai em Paz Spilari!

20 respostas

  1. Linda homenagem, Mora. Viagem no tempo, esse cara é uma referência para a cidade, para a música. Vai fazer muita falta.

  2. Linda homenagem, quando inventaram o nome os patrões, eu estava junto. Morei em jau de 1.997 até 2.000, fui amigo deles…ia aos ensaios, morei no mesmo prédio que o pai do rafael, por isso as vezes estava junto com eles.

  3. Que lindo registro Moraes, homenagem mais que merecida!
    O Spy influenciou muita gente, inclusive a mim. Só tenho gratidão por todo seu legado.

  4. Cara fiz parte dessa história tanto com os patrões em todoanessesbshiesbqye vc destacou, e sempre na passagem de som spy falava amo eu saia da mesa de som e ia no meio do salão e falava ossa que voz, era brincando mais a voz dele era fodaaa

  5. Cara o que falar sobre esta postagem…
    Parabéns Moraes
    Grande homenagem…

  6. Vc é especial, Mora. O que você fez aqui foi um grande ato de amor por mais esse grande amigo que nós todos perdemos. Minha memória dele, que me fez chorar como criança ontem a noite ao lembrar (e agora de novo), é de um tempo qdo éramos ainda meninos (na casa dos 13, 14 anos, mais ou menos) e ele tocava Mother do Pink Floyd no violão, sempre que eu pedia, qdo íamos passar a noite em churrasco na beira do Tietê, no Rancho. Descanse em paz, meu bom amigo.

  7. Amei amei amei…. Que delícia ler essa
    Homenagem… quantas lembranças deliciosas…. Saudade é a palavra que descreve tudo o que passou pela minha cabeça…

    1. Que legal, Mora! Bela homenagem. Esse cara era uma referência. Um grande amigo que vai fazer muita falta.

  8. Que homenagem linda!
    Eu me lembro de vários shows dos Os Patrões no estacionamento do Shopping, na estação, no General…!
    Lembro quando o Cobaia foi lançado, o Subindo a Ladeira, a gravação dos videoclipes… Passa um filme pela cabeça – uma festa mutcho loca mesmo hahaha.
    Realmente, muita saudade dessa época e desses momentos!

  9. Cara.. Passa um filme na cabeça com tanta história pra lembrar! Histórias de família, de rolês.. De molequinho eu entrando no quarto do Lu e me impressionando com os pôsters na parede e as capas dos discos. De quando ele me deu o CD do Skilo no Natal de 94 e do arrepio na espinha que eu senti quando ouvi Destitution! Acho q é o som que mais demonstra a potência absurda do vocal dele e, pra mim, a melhor música já feita por uma banda de Jaú. Tá dificil de ouvir ela sem chorar!
    Estava nesse show alucinante dos Patrões no Galo, levei uma galera do meu trampo de SP pra ver a final do concurso da Transamérica que foi emocionante! A primeira vez que tocaram Trabalho ao vivo, do primeiro festival dos Beatles no Teatro e tb do último show no General. É tanta coisa boa pra lembrar!
    Valeu demais pelo homenagem, Mora!

  10. Linda homenagem, Moraes. Parabens, vc sempre nos fazendo emocionar e relembrar de coisas muito boas na vida. Gratidão. Spy está em paz, com certeza.

  11. Emocionante reviver tudo isso na sua narrativa. Bons tempos os quais conheci o Fabio Thizio hoje meu marido, tudo isso faz parte da nossa história . Quantos shows, passagens de som desse pessoal eu presenciei. Foram de maneira precoce Betinho Padrenosso e agora o Spilari , a música jauense está de luto.

  12. Bela homenagem, Moraes… Foi difícil ler, imagino o que te foi difícil escrever… Inacreditável!!

  13. Parabéns pela matéria, Moraezinho! Quantas lembranças o Spilari nos deixou na memória. A cultura jauense enriqueceu tanto com ele e seus parceiros de música! E por onde ele tocou foi protagonista e talvez tenha protagonizado a maior presença de palco das nossas bandas. Me lembro do Spy ensaiando pelas garagens das nossas famílias aos 12, 13 anos. Eu era criança e já admirava a bravura desses caras com um instrumento na mão e uma vontade louca de fazer barulho! Linda homenagem, meu amigo! Força e pé na tábua. Com os olhos marejados temos que seguir em frente! Abração

  14. Sensacional a matéria! Conta de forma fidedigna a história de uma das bandas mais importantes de Jaú e região, bem como descreve todo o legado deixado pelo grande Lu Spilari.

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