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Road Movie: Ótimo estilo e ótimos filmes

Embarque em uma Jornada Cinematográfica: Explorando o Mundo dos Road Movies

Dessa vez irei indicar filmes de um estilo que gosto muito, pois rende bons filmes em ótimas histórias. Podendo navegar em diversos gêneros, como vocês poderão conferir, road movie é um estilo de filme em que os personagens estão em constante deslocamento.

Conhecendo novas culturas, pessoas excêntricas e respirando novos ares. Só como informação, eu não pretendo ficar repetindo filmes em minhas listas. No fim do ano pretendo fazer uma lista com os melhores filmes que vi em 2023 e terei um road movie nela com toda certeza. Esse filme é “E Sua Mãe Também”. Estaria fácil nessa lista, mas falarei dele em outra oportunidade.

Como já destaquei, qualquer gênero pode se encaixar num filme de raod movie, inclusive terror, e minha primeira dica é “Rota da Morte”. Péssimo nome, mas ótimo filme desse estilo. Ao contrário do que geralmente ocorre nos road movies, nesse não existe uma vasta gama de personagens que são encontrados no caminho dos personagens.

O filme acompanha uma família numa rodovia deserta, escura e provavelmente sem fim. Na esperança de encurtar o caminho através de um atalho, o motorista e sua família se deparam com uma loira de branco digna das melhores lendas urbanas interioranas. É aí que o bicho pega e percebemos que num road movie de terror, manter o caminho em estradas conhecidas e movimentadas é a melhor alternativa.

Filme pequeno e que se destacou no começo dos anos 2000 em diversos festivais de terror, rende bons sustos e momentos bem tensos, principalmente por não sabermos o que está acontecendo no filme em boa parte de sua projeção.

Mudando completamente de gênero, para esse que vos escreve, a melhor comédia de todos os tempos é um road movie, cansei de assistir esse filme e confesso que há tempos não o vejo passar na tv. E não importa quantas vezes eu tenha assistido, pois sempre que rever “Debi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros”, vou dar risada o tempo todo.

Hilário do começo ao fim, os dois amigos irão cruzar os Estados Unidos a bordo de um furgão customizado de cachorro, caronas e uma lambreta velha. Tudo para entregar uma maleta para uma garota que o personagem de Jim Carrey se apaixona no aeroporto.

A química entre os dois atores é excelente e se superam em suas trapalhadas cheias de inocência e boa intenção. Viajando numa trama que vai de periquito sem cabeça à sequestro e tentativas de assassinato ao som de uma trilha sonora espetacular e de personagens e situações bizarras, fica difícil escolher o melhor ou momento mais engraçado do filme.

O sucesso da obra acabou rendendo uma continuação engraçada, mas desnecessária e um outro filme mostrando como Debi & Lóide se conheceram que deveria ser proibido de ser exibido e levado seus idealizadores para a cadeia. Quem nunca assistiu, deveria ver logo e quem já viu, não perca a oportunidade de rever.

Mantendo o gênero, mas adicionando uma boa carga dramática “Pequena Miss Sunshine” é um excelente filme do estilo road movie.

A bordo de uma Kombi amarela, uma família leva sua caçula a final de uma premiação com o mesmo título do filme, onde simpáticas (ou nem tanto) crianças cantam, dançam e encenam para um júri.

Bem coisa de americano. Como todo bom road movie, a personalidade de cada personagem é muito explorada. E o que não falta aqui é coisa para ser esmiuçada.

A família tem um pai que vende programas de auto ajuda, mesmo sendo um fracassado, uma mãe que prega a honestidade, mas nega veementemente ser tabagista, um avô que foi expulso de uma casa de repouso por uso de drogas, um tio gay com tendências suicidas, um filho que fez voto de silêncio até realizar o sonho de ser piloto de caça e uma filha desajeitada e sem a mínima aptidão para miss.

Junta tudo na Kombi e temos aí um dos melhores filmes do século 21.

E com um momento no final digno das melhores risadas possíveis!

O bom de ter começado a escrever sobre cinema é ter que rever alguns filmes que já estavam esquecidos.

É o caso dessa próxima indicação.

Assisti “Uma História Real” há mais de 20 anos.

É um filme de 1999 e que acredito que não seja baseado em fatos, mesmo com esse título. Título esse que não é uma tradução literal do título original “The Straight Story”. Straight é o sobrenome de um simpático, ranzinza e teimoso senhor de 73 anos que vive com sua filha e que recebe a notícia que seu irmão sofreu um derrame.

Sem habilitação e sem quem possa levá-lo até o encontro de seu irmão, Alvin Straight toma rumo sozinho a bordo de um cortador de grama. Isso mesmo, um cortador de grama que só não é mais velho que seu próprio condutor.

A viagem não seria fácil nem em um carro, já que se trata de 510km de distância. A baixa velocidade de seu veículo faz com que esse encontro demore semanas para acontecer.

E nesse caminho, nosso desbravador irá conhecer várias pessoas, sendo marcante ao mostrar sua simplicidade, dedicação e sabedoria.

Perdão, a importância de se respeitar os mais velhos, saber envelhecer e principalmente, mostrar o quanto é difícil ver a juventude num passado já distante, são as principais mensagens do filme. Não sei se o fato de eu estar chegando nos meus quarenta anos, faz com que eu ache assuntos referentes ao envelhecimento interessantes e importantes.

Não me lembro quais sentimentos esse filme me causou a primeira vez que eu o vi. Nem 18 anos eu ainda tinha. Mas revendo agora, se faz um filme extremamente importante ao tratar com tamanha delicadeza esses assuntos.

Vou tentar explicar uma possível incoerência no que escrevi no começo desse texto.

Não vou repetir indicações, mas já falei do filme a seguir em uma outra ocasião.

No caso, falei sobre “Central do Brasil” num texto mais informativo do que indicativo. Fernanda Montenegro merecia e muito o Oscar de melhor atriz. Como melhor filme estrangeiro é mais questionável, já que “A Vida é Bela” tem inúmeros méritos, apesar dele eles não me convencerem muito.

“Central do Brasil” é de fato um dos melhores, mais importantes e mais reconhecidos filmes nacionais feitos até hoje.

No filme, uma professora aposentada que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil no Rio de Janeiro, se comove com a história de um garoto que acaba de perder a mãe e que nunca havia encontrado com o pai.

Empenhada a promover esse encontro entra pai e filho, ela parte em uma saga até o nordeste do país com o garoto. Mostrando para o mundo e para muitos brasileiros, uma realidade triste dos sertanejos e sobre as questões de alfabetização no país, é um filme muito humano e emocionante.

Não tratando só sobre autoconhecimento, mas também de fatos que nem sempre são levados em consideração por muitos, por se tratar de algo tão distante do dia a dia da maioria da população de estados como o Rio de Janeiro e São Paulo.

Espero que tenham gostado das dicas. E até a próxima!

Onde assistir:

  • Rota da Morte: Prime e acervo próprio
  • Debi & Lóide: Shock Video Café, Prime e HBOMax
  • Pequena Miss Sunshine: Shock Video Café, Star+ e acervo próprio
  • Uma História Real: MUBI
  • Central do Brasil: Shock Video Café, GloboPlay e acervo próprio

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André Denadai

André Denadai

André é jauense, xvano, palmeirense e apaixonado por cinema e ele escreve periodicamente para o Jauclick.

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